A nossa última publicação já introduziu o que é a Jornada Diocesana da Juventude para o leitor que a desconhece, então eu não vou desperdiçar linhas aqui fazendo eco. E se nosso último texto disse o que é e, principalmente, para que serve uma JDJ, eu vou falar de como se faz uma JDJ.
Eu poderia dizer “amor”, “dedicação”, “trabalho em equipe”, “dinheiro” inclusive, e não estaria mentido, mas eu escolhi falar sobre os voluntários. É, voluntários. A JDJ se fez com voluntários.
Imagine você: meses de preparação, quatro dias de vários eventos espalhados por vários locais da nossa cidade: shows, palestras, musicais, sessões de cinema, feira literária, espaços para crianças, jovens, famílias, visitas a instituições de caridade... ufa! Fora o trabalho com refeições e abrigo para os peregrinos e outras coisas estruturais. A gente fez muita coisa, tudo deu muito trabalho, e muito trabalho demanda muita gente. Eram inúmeras equipes, com inúmeras pessoas para dar conta de tudo. E todos voluntários.
A JDJ não foi a primeira vez que tive uma experiência dessa, mas foi a maior com certeza, a que envolveu mais pessoas. É muito diferente trabalhar com pessoas que estão ali porque querem e não porque são obrigadas pela necessidade.
Mas vem cá, quantas pessoas você conhece que trabalham de graça? Parece ilógico, e quando vemos algo ilógico, o natural é perguntar “por que?”. Por que alguém dedicaria tanto tempo e esforço a um trabalho sem receber nada em troca?
A resposta é simples: as pessoas fazem isso quando acreditam numa causa, quando elas têm um bom ideal.
Mas o nosso ideal não é o único ideal. Então o que torna a experiência do voluntariado na JDJ tão especial?
Eu diria duas coisas, e a primeira é a forma de trabalhar.
A dedicação de cada um é diferente: as pessoas não fazem o trabalho na medida do cumprimento da obrigação, elas fazem o máximo, porque a única coisa que as obriga é a própria consciência. E o ambiente? Para não perder tempo, dá para resumir tudo o que se poderia dizer com uma comparação simples: a diferença entre amigo e colega. Para além da simples educação ou de uma ética profissional, existe um ambiente de fraternidade. Isso não quer dizer que tudo são flores: como todo trabalho, rolam os estresses, os desentendimentos, os desânimos, mas a motivação em comum, o trabalho em prol da mesma causa, fazem dessas coisas apenas pequenos acidentes de percurso, superados facilmente.
A segunda coisa é a nossa Causa.
Que não é uma simples causa: aquilo em que nós acreditamos não transforma um segmento da sociedade ou uma estrutura política apenas. Aquele em quem nós acreditamos transforma a vida das pessoas, a começar por nós mesmos. É inclusive o que muda a nossa forma de trabalhar, de nos relacionar com os que trabalham conosco e com aqueles a quem servimos. A nossa causa não é parcial, como um ativismo ecológico ou a luta de uma minoria, que são justas sim, mas repito: parciais. A nossa causa engloba essas causas, a nossa causa é total. A nossa Causa é dar tudo pelo Tudo.
Gustavo Cardoso Lima
Estudante de Jornalismo / Oficina de Valores
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