Preconceito... até quando?
O preconceito existe em todos nós, seja em maior ou menor
intensidade. E embora saibamos o quanto seja ruim e prejudicial, nossa primeira
reação ao que é diferente é o estranhamento, a não aceitação.
No entanto, de onde vem o preconceito, como ele chegou até
nós? Sem sombra de dúvida, o preconceito nos é ensinado, direta ou
indiretamente. Somos condicionados a rejeitar aquilo que não se enquadra em
nossas concepções.
Nas características comuns, atitudes preconceituosas são
aquelas que partem para o campo da agressividade ou da discriminação. O
preconceito faz parte do domínio da crença por ter uma base irracional, não do
conhecimento que é fundamentado no argumento ou no raciocínio.
É importante ressaltar que o preconceito não se dá apenas
contra negros, crenças e deficientes por exemplo. Qualquer tipo de julgamento
precoce, baseado na ignorância é considerado um tipo de preconceito.
Certa vez,
ouvi uma história que me marcou bastante, e ilustra mais especificamente o
preconceito racial, porém pode ser aplicada a qualquer tipo de descriminação.
“Era uma
tarde de domingo e o parque estava repleto de pessoas que aproveitavam o dia
ensolarado para passear e levar seus filhos para brincar. O vendedor de balões
havia chegado cedo e, como bom comerciante, chamava atenção da garotada
soltando balões para que se elevassem no ar, anunciando que o produto estava à
venda.
Não muito longe do carrinho, um garoto negro observava com atenção. Acompanhou
um balão vermelho soltar-se das mãos do vendedor e elevar-se lentamente pelos
ares. Alguns minutos depois, um azul, logo mais um amarelo, e finalmente
um balão de cor branca. Intrigado, o menino notou que havia um balão de
cor preta que o vendedor não soltava. Aproximou-se meio sem jeito e perguntou:
"moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os
outros?" O vendedor sorriu, como quem compreendia a preocupação do garoto,
arrebentou a linha que prendia o balão preto e, enquanto ele se elevava no ar,
disse-lhe: "Não é a cor, filho, é o que está dentro dele que o faz
subir."”
E é
exatamente isso que deveria ser o mais importante, nossas ações, nosso caráter.
Uma válida ressalva a ser feita é a de que diferentes
opiniões sempre existiram e sempre vão existir. Não há nada errado em pensar
diferente dos outros, mas a forma como lidamos com essas diferenças é o que
realmente importa.
O respeito, a paciência, a compreensão e o amor ao próximo
são meios pelos quais a nossa não aceitação, o nosso preconceito não sai de
controle. E se desejamos ver tais qualidades nos outros, devemos começar por quem está mais próximo: nós mesmos.
Mariana Freitas
Professora de Inglês / Oficina de Valores
0 comments:
Postar um comentário