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Em nossas vidas, em alguns momentos tomamos decisões tão certas, segundo nosso julgamento, que esquecemos quem somos e para onde vamos e fazemos isso com um sorriso e com o brado dos decididos. Algum tempo depois, nos questionamos se tomamos a decisão correta, se podemos pegar outro caminho ou ainda como faremos para recomeçar. É preciso pensar que nossa forma muda, nosso conteúdo muda, nós engordamos, emagrecemos, rimos e choramos, brigamos e fazemos as pazes; entretanto, aquilo que somos não muda, aquilo que fez com que as pessoas se aproximassem não deixa de existir porque cometemos erros. De alguma forma o que você viveu até este momento pode até não ter sido bom, no entanto isso não define quem você é ou será.

A metáfora do arado me toma por demais e Jesus sabia que esse questionamento bateria à nossa porta e o Mestre nos permite olhar para frente e não nos deixar desistir de prosseguir. Como historiador, eu sei bem o valor do passado; já dizia Lewis “Existem coisas melhores adiante do que qualquer outra que deixamos para trás”. O passado está mesmo morto. Por mais cruel que ele possa ser e por mais feliz que ele possa ter sido, nossas vidas se dão no presente e é por isso que tomar o arado e não olhar para trás tem tanto significado.

Sei bem que não olhar para trás exige muito, alguns acontecimentos são dolorosos e eles podem ser fáceis ou não de serem deixados lá. Porém, outros são ou foram tão felizes que é difícil fazer com que essas lembranças não nos tomem tanto que nos façam manter o olhar sempre no que foi.

Sei dos riscos desse “olhar para trás” e é por isso que pegar no arado exige antes um desapego e uma renúncia em prol do crescimento e do sentido para a vida - o sentido de nossa felicidade, aquilo que nos faz felizes não está imortalizado no passado nem perdido no futuro... Aquilo que nos faz felizes está a toda hora nas decisões, e decisões nos levam, nos carregam, nos motivam, e doem; tente não olhar para trás ou você pode se tornar uma estátua em um museu de possibilidades do que poderia ter sido e não foi. Olhe para frente, tome o arado e seja feliz. 
 
Marcos Levi
Historiador - Oficina de Valores

2 comments:

Anderson Dideco disse...

Mt bom. Sugeriria ter citado 'por extenso' o trecho do Evangelho que fala do arado, pois nem tds os leitores (sobretudo se pretendemos atingir os não-cristãos) o conhecem. Ou, ao menos, citar a passagem onde fica, para o caso da curiosidade os levar a procurar. Abç.

Carla Caputo disse...

Ótimo, Levi! Curti.

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