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#AvanteOficina

Por: Diego

Essa semana, li uma reportagem sobre uma jovem brasileira de 20 anos que está leiloando sua virgindade na internet. O último lance estava em US$ 250 mil. O leilão faz parte de um documentário australiano que pretende mostrar a vida antes e depois da primeira vez de um jovem. Mas o que mais me surpreendeu não foi o fato em si, mas a declaração de uma filósofa defendendo a menina: “Só acho careta demais uma sociedade em que a virgindade é 
valorizada assim”. 

Digo que o fato não me surpreendeu porque não é a primeira vez que isso acontece. A primeira notícia que lembro foi há alguns anos, quando uma jovem inglesa precisava de dinheiro para pagar os estudos. Depois outros apareceram, como a de uma modelo peruana em 2005, que desistiu em cima da hora por causa de enorme pressão da opinião pública. Nesse mesmo documentário um jovem também leiloa a virgindade. O rapaz, tímido, achou que ficaria mais confiante com uma mulher que pagou por ele. Só que alguns lances foram dados por homens. Poderia ser tema de uma comédia, se não retratasse uma triste realidade.

Antes de alguém julgar esse texto como “moralista” ou “careta”, acho que vale a pena pensar num ponto. A partir da década de 80, Uganda resolveu adotar uma prática “careta” para diminuir o avanço da AIDS no país: incentivar que os jovens guardassem a virgindade até o casamento e fossem fiéis. Os índices de pessoas contaminadas por HIV caiu 30%, para pouco mais de 7% da população. A política adotada por Uganda foi baseada em uma criada nos EUA chamada ABC: Abstain (abstenha-se), Be faithful (seja fiel) e Condomise (use camisinha), sendo este último uma alternativa para os que não adotassem os primeiros. Esse fato em Uganda nos leva a pensar num ponto que muitos desconhecem ou preferem ignorar: as consequências de uma sociedade permissiva como a nossa.

Os pensadores que dizem ter “libertado” a sexualidade na verdade a escravizaram. Dizer que o valor da castidade (que inclui a virgindade e a fidelidade) reprime a sexualidade humana (e por isso precisávamos nos libertar dela) colocou o homem como refém dos instintos e desejos. Mas a realização do homem não está simplesmente na satisfação dos seus desejos, e não é preciso uma pesquisa para descobrir isso, basta olharmos para nós mesmos e para aqueles que convivem conosco (Sobre esse assunto sugiro o texto A TRISTE VERDADE  DE QUE O MUNDO ANDA TRISTE). Muitos criticam o celibato de sacerdotes como sendo uma atrocidade: não se poderia impedir alguém de satisfazer seus desejos. Impressionantemente, numa pesquisa recente, os clérigos foram considerados os profissionais mais felizes.

Além da falta de realização do ser humano, essa mentalidade moderna e “mente aberta” também afeta campos mais práticos. As políticas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez na adolescência mais adotadas (preservativo e outro métodos anticoncepcionais artificiais) não alcançam os resultados desejados pelos governos. A Faculdade de Medicina de Petrópolis, numa pesquisa com adolescentes que engravidaram, viu que todas as adolescentes conheciam os métodos contraceptivos, mas nem sempre queriam usá-los. Todos, hoje em dia, sabem do uso do preservativo e que são distribuídos de graça. A questão é que esses métodos são puras técnicas para não se engravidar ou não pegar uma doença, não trabalham toda a dimensão humana. Distribuir camisinhas não é o mesmo que ensinar o valor de uma família.

A sexualidade envolve também o psicológico do ser humano, e por mais que o corpo esteja apto para uma relação sexual, não se pode dizer o mesmo da maturidade. Uma intimidade não correspondida frustra, e pode levar a inseguranças, dificuldades de relacionamentos, carências afetivas. Muitos adolescentes tem uma vida sexual ativa por pressão dos colegas. A maturidade leva não só a uma maior firmeza de ideais, mas também a uma maior responsabilidade e capacidade de lidar com as consequências.

Por isso a castidade não é a repressão do sexo, mas a orientação dele para um bem maior: a felicidade humana. Não é impossível vivê-la, conheço muitas pessoas que não tiveram relação sexual antes do casamento, ou que tiveram, mas depois de firmarem o ideal permaneceram castas. Posso afirmar que estão entre as pessoas mais felizes que conheço. São pessoas que sabiam que o valor da castidade não está no dinheiro, na aceitação dos amigos ou na simples satisfação de um desejo. Em vez de leiloar sua virgindade, preferiram entregá-la aquele (ou aquela) que, literalmente, jurou diante de Deus e do mundo que seriam fiéis, que fariam de tudo para fazê-la feliz, não importa o que acontecesse, até que a morte os separasse. E para mim, isso parece um valor bem mais alto.

Diego Gonzalez
Estudante de Engenharia de Controle e Automação UFRJ  - Oficina de Valores



Referências:
Reportagem citada no início é da revista Época 8/10/2012.
Faculdade de Medicina de Petrópolis Informativo da FASE/FMP de Julho de 2012.

Os dados de Uganda da reportagem
Os dados podem ser encontrados em no site da OMS
ONU

1 comments:

Barbara Furtado disse...

curti muito, Dieguinho, não só pelo conteúdo, que é super convidativo a reflexões muito necessárias, mas também pela estrutura do texto: argumentos, referências, forma... tá de parabéns! Obrigada pelas suas palavras.
:)

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