MUDAMOS!

Estamos de casa nova! Acesse www.oficinadevalores.com.br, para acompanhar nossas postagens!

Esse blog aqui será desativado em breve. Adicione a nova página aos seus favoritos!

#AvanteOficina

Por: Adriano Cotonete
Uma leitura muito interessante que fiz uns meses atrás, somada a uma inquietação que tem me atingido nas últimas semanas, me fizeram escrever isso: o quanto reparamos no outro?

A leitura interessante foi um título que nenhum nerd que se preze deve deixar de ler: O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Desse livro surgiram várias referências usadas na cultura pop até hoje - por exemplo, o famoso Dia da Toalha (25 de Maio), quando se homenageia o autor do livro; Segundo Douglas, a toalha é o item mais importante que um

Mochileiro deve ter consigo - e ele comprova isso!

Entretanto, o ponto de reflexão para o texto de hoje é o seguinte. Em certo ponto da história, o narrador conta que por muito tempo se tentou criar uma maneira de deixar as coisas invisíveis, mas sem sucesso. Vários desastres aconteceram, coisas explodiram, deixaram de existir, mas não se conseguia criar a invisibilidade perfeita. Até que um dia, um cientista descobriu uma maneira: criando o dispositivo POP - Problema de Outra Pessoa. A utilização é simples - Se eu quero que, por exemplo, um BOEING, um celular, um mendigo, ou qualquer coisa se torne invisível, basta usar o dispositivo POP, e essa coisa passa a ser Problema de Outra Pessoa. Bingo! Ninguém vê a coisa - é batata. A coisa parece que está no seu campo de visão, no cantinho do vídeo assim, mas seu cérebro automaticamente ignora, e você não vê! Ou mesmo se você olha diretamente pra coisa... você NÃO VÊ. Milagroso, não?

Beleza, guarda essa informação aí.

Sobre a inquietação que me atingiu, várias vezes nos últimos dias, explico com exemplos vividos por mim mesmo:

- Voltando do trabalho, estava eu em pé no ônibus quando vagou um lugar próximo a mim. Bem próximo. De repente, surge uma menina de no máximo 10 anos RÁPIDA COMO UM RAIO e ocupa esse lugar e fica olhando pra mãe, que estava sentada mais atrás com um bebê no colo. A mãe estava incentivando, dizendo algo como "corre, filha! Senta aí antes que alguém pegue o SEU lugar!"

"O SEU lugar!"

- No intervalo do almoço, fui ao mercado próximo ao meu trabalho para comprar uma guloseima qualquer. Parei na calçada, em frente à faixa de pedestres, e aguardei uma chance para atravessar a rua. E, por mais que logo à frente o trânsito já estivesse todo parado e não fizesse a menor diferença pra nenhum motorista me deixar atravessar... eu perdi 10 minutos ali, em pé, até que a fila de motoristas apressadíssimos em ocupar seu lugar no engarrafamento mais à frente me permitisse atravessar a rua.

10 minutos.

- Entrei numa loja para comprar uma coisa (não direi nem qual loja e nem qual coisa, claro). Estava olhando a vitrine... analisando... quando chamei o atendente da loja para pedir informações sobre a coisa. A pessoa veio como se estivesse me prestando um favor enorme em fazer o que ela deveria estar fazendo e é paga para isso: me atender. Total má vontade, e até algum despreparo para a função, facilmente detectados nesse caso.

Um favor.

Eu poderia seguir enumerando aqui vários casos parecidos e tenho certeza de que você que está lendo isso, já passou por alguma situação semelhante.

Vale a pena salientar: não estou dizendo que aquele lugar no ônibus era "meu e meu e meu e ninguém tasca", não estou dizendo que todos os motoristas dos carros não tinham motivos pra ter pressa, e nem afirmo que o atendente da loja não estava estressado porque ganha pouco e estava com problemas em casa. Nada disso; mas creio que não custa muito, caso eu possa, permitir que outra pessoa ocupe um banco no ônibus no meu lugar, parar meu carro por não mais do que 5 segundos pra que alguma pessoa atravesse a rua, ou tentar ser um pouco mais polido com o meu cliente. Não custa muito eu olhar pro outro com um pouco mais de preocupação, de interesse, de compaixão... de amor.

Como dito por Somerset (personagem de Morgan Freeman no ótimo filme Se7en):

“Bem, em qualquer cidade grande, cuidar somente de sua própria vida é uma ciência. A primeira coisa que ensinam às mulheres pra evitar estupros é nunca gritar por socorro. Sempre grite ‘fogo!’. Ninguém responde a ‘socorro!’. Mas, se você grita ‘fogo!’, todos (os que podem ser afetados pelo provável incêndio) vem correndo.” - Tradução livre.

Termino esse texto com um convite: Já que nada é mais contagioso do que o exemplo... E nós devemos ser a mudança que queremos ver no mundo... que tal começarmos nós mesmos a olhar com mais cuidado para as pessoas que passam por nós, ou estão ao nosso redor diariamente, e nós não olhamos? Talvez assim, possamos mostrar para alguém que estava chateado, sem paciência, concentrado demais nos seus próprios problemas, que faz bem olhar para o lado de vez em quando...

Ou talvez seja eu que precise dessa mudança.

Abraços!

Adriano Cotonete
Analista de Redes/TI - Oficina de Valores

2 comments:

Anônimo disse...

Muito bom o texto, Adriano! Uma ótima reflexão e bastante pertinente para os dias de hoje...
Ao meu ver, merece destaque essa passagem:

"Não custa muito eu olhar pro outro com um pouco mais de preocupação, de interesse, de compaixão... de amor"

Enfim, all we need is love! (L)

Thaís Amaral disse...

Estou lhe devendo ler esse blog, principalmente, seus textos. Eu sinto incomodada quando olho para alguém chorando, algum morador de rua... Sempre no fundo me pergunto: por que eu mesmo não paro e converso algo?
Às vezes, me sinto movida por pessoas, se tiver um grupo sinto mais ânimo para realizar, porque sinto que sozinha não dá - caso do morador de rua.
Porém, muitas vezes, me cobrei que poderia ter ido até aquela pessoa que estava chorando, perguntar se queria um abraço ou conversar simplesmente.
O ser humano carece disso, de outros a enxergarem. Queremos demonstrar toda a nossa capacidade para alguns, mas não fazemos para os outros.
Eu me senti muito incomodada, na semana em que fui pregar, na questão de pessoas, que nem você, JÃO. Mas, na questão de que temos medo de nos relacionar, medo de falar com pessoas que nada haver com a gente... Ou melhor, nossas atitudes não correspondem muito, né?!

Acredito que quando sentimos incomodados, inconformados, parte da gente essa lição, ou seja, estamos errando tmb. Porém, venho da gente esse incômodo e vamos daqui para frente mudar, porém, fazendo com que outras se sintam tmb incomodadas com o assunto, e assim, acredito que amor de Cristo será espalhado.

Parabééns, JÃO! Excelente! =)
Saudades!

Postar um comentário