E quem disse que um jogo não pode botar a gente pra pensar?
Esses dias eu estava jogando World of Warcraft, fazendo umas
missões com minha personagem. Pra quem não sabe, esse jogo é um MMORPG (Massive
Multiplayer Online Role Playing Game – Jogo de Interpretação Online pra Muita
Gente!) de fantasia medieval, em que você cria um personagem
fantástico com um conjunto particular de poderes e sai por um mundo virtual encarando
desafios para evoluí-lo, além, é claro, de se divertir com gente do mundo inteiro
fazendo a mesma coisa. Não vou me aprofundar muito nisso, mas quem quiser saber
mais sobre RPGs, online ou não, pode perguntar!
Bem, estava lá eu jogando e fazendo uma missão de buscar
pergaminhos perdidos numa ilha bem grande. Esses pergaminhos continham uma
história sobre um cara dessa mesma ilha que certo dia, ao contemplar o
horizonte, ficou instigado em saber o que existia fora de lá. Para saciar sua
curiosidade, ele pegou sua tartaruga de estimação, que era grande, entrou na água com ela e partiu rumo ao
desconhecido (eu avisei – é um jogo, de FANTASIA!). Lá foi ele, sentado no
casco da sua tartaruga que permanecia o levando pra lugares onde ninguém
sabia o que existia. Todos riram do cara! Ninguém deu crédito nenhum pra ele –
que cara ridículo! Vive numa ilha enorme, cheia de coisas pra fazer, uma vida
já consolidada... e ele quer ir ver o que tem lá longe?
Ao terminar essa missão no jogo, fui presenteado com a seguinte
frase, por um dos personagens a quem eu entreguei os pergaminhos com a
história: "E essa é a lição de Liu Lang, meu amigo. Todos riem do
explorador. Eles sempre riem... até que ele retorna."
Não é assim a vida humana? Creio firmemente que somos constantemente chamados a ir além, a largar a vida que já conhecemos, e nos acomodamos, e avançar pras
águas mais profundas (Lc 5) ou também a deixar tudo pra trás e seguir o Caminho
(Mt 19, 16).
Esse rompimento com a vida anterior pra ir explorar esse
mundo novo realmente provoca as mais diversas reações, como as pessoas que
riram do personagem da história acima. Às vezes quando nos dispomos a enfrentar
uma longa jornada como essa, de onde não se sabe sequer se voltaremos inteiros,
muitos duvidam, debocham, desacreditam... Isso quando não sou eu mesmo a me
sabotar, repetindo pra mim que vai dar errado, que eu tenho que sossegar no meu
canto, que não preciso inventar moda.
Mas o horizonte instiga. Contemplar a beleza de um infinito
atrai o homem, com uma intensidade enorme. E, falando por experiência própria,
basta dar uma chance pra esse Deus infinito mostrar um pequeno vislumbre que seja de sua imensidão, pra convencer que existe um
mar enorme a ser percorrido, uma viagem infinita rumo a um objetivo não totalmente
conhecido a princípio... Mas, é só conversar com alguns exploradores mais
experientes, que já foram e voltaram, para saber mais e se
apaixonar pelo mesmo Caminho.
E, apenas quando nos colocamos no lugar desses exploradores
anteriores e empreendemos a grande jornada, somos capazes de voltar da viagem. E quem riu de nós poderá notar que estamos
diferentes. Somente aí é possível perceber como a viagem nos faz crescer, nos modifica,
nos melhora. É impossível retornar de uma viagem da mesma maneira que partimos.
Temos então três pontos:
- O horizonte que instiga ao desapego e à partida;
- As pessoas (ou nós mesmos) desacreditando nessa partida;
- O retorno, consolidando a importância da viagem, e mostrando aos outros.
Deus nos convida a experimentar tudo isso, através dos relatos dos exploradores mais experientes... e através da Sua Graça infinita e maravilhosa, nos permite contemplar esse infinito e tocar o Eterno...
- As pessoas (ou nós mesmos) desacreditando nessa partida;
- O retorno, consolidando a importância da viagem, e mostrando aos outros.
Deus nos convida a experimentar tudo isso, através dos relatos dos exploradores mais experientes... e através da Sua Graça infinita e maravilhosa, nos permite contemplar esse infinito e tocar o Eterno...
Paz
e Bem!
Adriano Reis
Analista de TI - Oficina de Valores
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