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Tendo em vista que estamos em
Maio, o mês que a Igreja no Brasil dedica a Maria, tentarei por meio deste
texto demonstrar o caráter da humanidade da Virgem de Nazaré. Falo isso porque
muitas vezes, diante das virtudes e tamanha perfeição que o Criador a concedeu,
pode parecer-nos que ela é um ser que, pela sua natureza, se distingue dos
outros homens. Devemos rejeitar essa falsa impressão, e afirmando que não se
trata de um ser angelical ou até mesmo uma semideusa, mas de uma mulher.
O
Livro do Gênesis, ao narrar a criação, nos diz que foi a partir do ‘Fiat’ – faça-se – (cf. Gn 1, 3), que
Deus tudo criou. Na plenitude dos tempos, quando o Anjo anunciou a Maria,
coincidentemente reaparece o ‘Fiat’.
Dessa vez, porém, não o é proferido por Deus, mas por aquela que foi escolhida
para gerar Deus em seu ventre. “Fiat mihi
secundum verbum tuum” – Faça-se em mim, segundo a vossa palavra – (Lc 1,
38); trata-se aqui do convite à humanidade para participar, por meio do sim de
Maria, na obra redentora da criação. Sim renovador, que abriu as portas da
salvação a nós.
Dessa
forma, devemos levar em consideração que, para dar o seu sim a Deus, Maria
sofreu privações, dúvidas e aflições, primeiramente diante da missão de gerar
Jesus: “Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?” (Lc 1, 34).
Depois, quando grávida, se colocou em missão e foi à casa de sua prima Isabel
ajudá-la. Precisou ainda sair de Nazaré e dirigir-se a Belém, quando, ao longo
do percurso, deu à luz ao Filho de Deus em uma estrebaria e logo depois teve de
fugir com o recém-nascido nos braços para o Egito, atravessando o deserto em
uma época em que automóvel, trem ou avião não eram alternativas disponíveis
para locomoção. Por fim, esta mulher de carne e osso, suscetível à dor e ao
sofrimento, presenciou o seu único filho ser condenado, açoitado, escarnecido e
morto numa Cruz. Quanto não deve ter sofrido...
E
dentre tantos aspectos de sua personalidade, a humanidade muitas vezes pode
parecer-nos irrelevante diante da justa veneração que lhe é atribuída nos
altares em que está representada. Não podemos, porém, perder de vista que antes
de ser Santa, Mãe de Deus, Virgem e Imaculada, foi mulher e, portanto, possuía
aspirações, desejos e sentimentos humanos. Que no mês dedicado a Virgem de
Nazaré, possamos nos aprofundar no mistério de uma humanidade vivida em
plenitude, encontrando nela um modelo acessível e seguro
a ser imitado. Que o seu exemplo penetre nos nossos corações e transforme a
minha e a sua vida!
Tauat Resende
Estudante de Direito - UFF / Oficina de Valores
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