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#AvanteOficina

12:16
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Por: Guilherme
Você sabe quem você é?

imagem de: www.wilsonporte.org

Quando se trabalha em uma empresa, pode-se verificar os mais diversos tipos de comportamento. Certo dia, estava observando algumas funcionárias no seu local de trabalho e percebi que a mudança de humor delas acontece com grande facilidade.

No mesmo dia, uma delas veio até a minha mesa pedir ajuda na resolução de um pequeno problema que já fazia parte da função cabida a ela e conseguimos resolvê-lo juntos. Cerca de uma hora e meia depois, volta ela aos escândalos, irritada, não sabendo o que fazer com o mesmo problema, sendo que já tínhamos encontrado a resolução juntos.

Fiquei pensando sobre o fato de como todos nós somos um pouco assim, dependendo da situação, criamos pessoas novas, sentimentos novos, comportamentos novos, somos facilmente “manipulados”. Se as coisas não andam do jeito que esperamos, cresce um incômodo dentre de nós. Embora não seja psicólogo, acredito que se as coisas permanecerem dessa maneira, isso poderá se tornar, talvez, mais tarde uma depressão ou qualquer outra “doença do século XXI”.

Após minha breve reflexão, pesquisa e a leitura de alguns artigos sobre o assunto, dois pontos me chamaram atenção, gostaria de apresentá-los agora. O primeiro seria a transição de fase que acontece nas nossas vidas, do adolescente para o adulto. Nesse momento, nos deparamos com várias questões com as quais não sabemos lidar, talvez por falta de experiência ou maturidade, o resultado dessa confusão é que poderemos nos tornar homens/mulheres influenciáveis. Se isso acontece, corremos o risco de virarmos marionetes nas mãos das pessoas ao nosso redor e sem querer, começarmos a fazer o que os outros acham melhor, vivermos a vida das outras pessoas, esquecermos a nossa e, por não termos opiniões formadas, decisões fundamentadas, acabarmos por fazer o que todos fazem e não cultivarmos a sensibilidade de ponderar se o que escolhemos fará bem para nós mesmos e as pessoas ao nosso redor. Conversando um pouco com minha funcionária, tentando entender o porquê daquela situação, ela me relatou que teve dificuldade nessa transição e que acredita que isso a levou a perda de algumas de suas melhores características.

O segundo ponto que gostaria de trabalhar pode ser dividido em três: a falta de capacidade para a resolução de problemas; dificuldade na organização dos sentimentos; e o mais importante, falta de percepção daquilo que nos faz bem.

No meu caso, por exemplo, tenho o desejo de abraçar o mundo, acho que posso resolver tudo, mas, no fim, acabo não resolvendo nada, desgastando-me psicologicamente e me perdendo nas minhas ações.  Penso que nossa natureza tenha a tendência de buscar o mais fácil, com isso deixamos as coisas incompletas e misturamos nossos sentimentos em diversas situações.  Indo direto ao ponto, não há sinceridade com o nosso “eu” e muitas vezes fazemos escolhas que, a princípio, pensamos que nos farão bem, mas no fundo sabemos que isso não é verdade, que fizemos o que o outro achava melhor e não o que era realmente “o melhor” para nós.

Parece até ignorância isso, mas no fim das contas é preciso ser um pouco rude. Não que precisemos deixar a opinião dos nossos amigos de lado, mas ninguém pode decidir no nosso lugar. Como diz o ditado popular, às vezes é preciso “botar a cara à tapa”.

A funcionária que citei escolheu fazer um tratamento psicológico para tentar minimizar o medo de tomar decisões, esse medo que ela apresentava de decidir qual seria a melhor opção para determinado acontecimento sem depender de que terceiros tomem decisão por ela. Embora outros pudessem aconselhá-la a esse caminho, só ela pôde fazer a escolha.

Por fim, creio que nossa sociedade hoje esteja ficando cada dia mais doente, não damos importância ao que realmente precisamos, o mundo cada dia mais rápido faz com que nossas ações e nossas respostas sejam mais rápidas, leva-nos a escolhas incoerentes com nossa essência.

Encerro o texto com uma reflexão que acredito ser necessária para todos nós: "milagres só acontecem quando vamos à luta". Será que nossas lutas estão apontando na direção do milagre de uma vida realizada, ou será que apontam na direção que o meio ao nosso redor pressiona? Estamos realmente sendo nós mesmos ou ainda não nos conhecemos para ir à luta? 

Guilherme Levandeira
Estudante de Engenharia de produção / Oficina de Valores

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