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#AvanteOficina

Por Alessandro

Ontem, em virtude do dia dos namorados, escrevi uma carta (clique aqui para ler) endereçada àqueles que estão comprometidos em um relacionamento. Hoje, dia 13 de junho, é dia de Santo Antônio, considerado por tradição popular o “santo casamenteiro”. Sendo assim, achei que seria interessante escrever um texto para os solteiros. Tudo bem, tudo bem. Eu sei que tecnicamente falando, quem está namorando é um solteiro, mas para os fins desta carta, será considerada solteira a pessoa que está fora de um relacionamento.

Quando comecei a pensar no que escrever me surpreendi ao constatar que existem diversos tipos de solteiros. Existe aquele que está sozinho por aversão ao compromisso, mas que coleciona contatos físicos e afetivos esporádicos. Há também o que está sozinho, mas gostaria muito de não estar... Além destes podemos citar o solteiro ressentido, que tem medo de relacionar-se novamente porque já se feriu muito. Existem outras “subespécies”, mas estes são os que consigo lembrar no momento.

Hoje dirijo uma palavra a você que está em algum destes três casos. Não penso ter soluções mágicas, ou receitas prontas. Quero apenas mais uma vez, a partir da experiência acumulada em minha história e tendo ouvido a de outros, tecer alguns comentários que talvez possam lançar alguma luz sobre situações que por vezes parecem tão difíceis. 


Chega de enrolar e vamos direto aos pontos.



1 – Não estar namorando no momento não faz de você alguém inferior.

Sei que a afirmação acima é óbvia e não conheço ninguém que a defenda a tese oposta abertamente. Conheço, no entanto, muitos que a experimentam subjetivamente. Posso dizer que já senti esse sentimento algumas vezes. Pensem nas brincadeiras com o “forever alone”, por exemplo...

Todos nós temos o desejo de ser desejado. Uso desejo aqui não na conotação sexual apenas, mas em sentido mais amplo. Todos ansiamos por sermos notados e buscados em diversos níveis. Namorar faz com que nos sintamos preferidos. Afinal somos A escolha de alguém.

Tudo isso faz parte do dinamismo de nossos afetos, mas é importante lembrar que nosso valor transcende o olhar que alguém nos lança. Condicionar nossa autoestima à cobiça erótica e afetiva de outros significa passar a vida toda pedindo que outro diga “você tem valor” e tornar-se incapaz de perceber as riquezas e as luzes da própria personalidade.

Lembro agora da triste história de uma menina que chegou a dizer que estava se sentindo mal porque ao andar na rua os homens não olhavam mais para ela como antes. Lembro também de uma garota que dizia que não tinha nada a oferecer que outras não tivessem, então um dia tomou a decisão de se tornar um objeto e se deixar levar por qualquer um até onde este qualquer quisesse. Não preciso dizer que esta menina entrou em uma espiral depressiva... Triste a sina de quem é escravo do desejo de ser desejado.

Nunca é demais dizer também que achar-se inferior porque no momento não está vivendo uma paixão é, de certa maneira, duvidar de todos aqueles amigos e familiares que tem um olhar tão positivo sobre nós. O olhar dos outros tem o poder de nos revelar a nós mesmos, o olhar de quem nos ama mais ainda. Só não podemos esquecer que o amor romântico não é o único tipo de amor.

2 – Tenha critérios na hora da escolha.

Acredito piamente que essa história de ser tomado pela paixão não é verdadeira. Já tive longas discussões com amigos que pensam diferente, mas continuo acreditando que nos deixamos apaixonar. É claro que pode haver uma empatia praticamente imediata, mas há um momento que escolhemos nos render. Essa escolha as vezes é muito rápida e ocorre principalmente porque a voz do imperativo “não fique sozinho” fala alto.

Nestes momentos, grandes erros podem ocorrer. Muitas das frustrações em relacionamentos são frutos de escolhas mal feitas. Frases como “eu não sabia que ele era um canalha” ou “cara, se eu soubesse que ela não valia nada” são normalmente muletas para não admitir que houve precipitação ou que não foram usados bons critérios na hora de escolher aquele ou aquela com quem se pretendia construir um forte vínculo.

Há um critério que a grande maioria utiliza. O estético. Não estou aqui para pregar contra a atração gerada pela beleza. É claro que ela existe! E é um critério. A grande questão é que não é o único nem o melhor. Quando este ponto é absolutizado, corre-se o risco de não se ter um companheiro, mas um troféu. É comum que o amor que se baseia apenas na beleza do outro seja um amor a si disfarçado.

Para não ficar muito neste ponto, vamos ao essencial. Quais são seus critérios? Para saber quem você busca é essencial saber quem você é. Muitos estão sozinhos ou amargam relações frustradas porque querem tanto alguém que esquecem de ser alguém. Só é possível encontrar uma pessoa com quem se identificar quando se possui valores a se expressar.

3 – Ter critérios é importante, esperar uma pessoa perfeita é fantasia.

Na minha vida conheci pessoas que deixaram de namorar não por não terem encontrado pessoas boas e corretas, mas porque não se acham dignas de nada menos que a perfeição. Há mulheres que esperam um verdadeiro príncipe e esquecem que mesmo nos contos de fadas estes costumam disfarçar-se de sapos. Ah... falar das mulheres foi só para exemplificar, o mesmo acontece também com homens.

Quando convivo com estes casos, confesso que me preocupo por vários motivos. O primeiro é que vejo nestas pessoas, muito pouco amor e muito orgulho e egoísmo. Nestas horas vale se olhar no espelho, admitir as próprias limitações e lembrar que desejamos ser amados mesmo com elas.

O segundo motivo que me preocupa é que é muito comum as pessoas agirem desta maneira e acabarem em situações muito tristes. Por querer e não conseguir o impossível, acabam se contentando com qualquer coisa.

4 – Ter muitos é a receita disfarçada de não ter ninguém.

Vivemos numa geração muito carente afetivamente. Várias vezes chego a pensar se a tal carência não é fruto da recusa de comprometer-se. O terreno da realização afetiva é o relacionamento estável... Sei que muitos tendem a pensar diferente e acreditam que viver casos passageiro é ter apenas a cereja do bolo. Os beijos e abraços sem a cobrança e a responsabilidade...

Certa vez conheci uma garota que era viciada em começos de relacionamentos. Gostava do jogo da conquista. Quando se interessava por alguém fazia de tudo até conquistar esse alguém... Chegou mesmo a mandar flores para si mesma em um dia dos namorados para gerar ciúmes naquele que era objeto de seu interesse... Não preciso dizer que, embora fosse uma pessoa muito boa e talentosa, nunca vi essa colega verdadeiramente se doando a alguém.

Conheci também garotos que colecionam meninas como figurinhas de um álbum. Viram tanto as costas ao compromisso que não conseguem vivê-lo mesmo quando querem. Trago a mente a confusão de um rapaz que certa vez me disse: “amo minha namorada, mas não consigo não traí-la”. Acostumou tanto a não ser de ninguém que, mesmo quando queria, não conseguia ser.

A paixão sem o vínculo é uma força perigosa que causa muito dano. Poderia dar inúmeros exemplos aqui, mas vou me contentar em dizer a paixão é algo muito bom, mas o que verdadeiramente nos realiza é o amor.

5 – Toques práticos para a busca

Já ouvi muitas pessoas dizerem que encontraram alguém muito especial logo quando não estavam procurando. Comigo mesmo foi um pouco assim. Penso que isso acontece porque quando estamos muito afoitos na busca não vivemos a vida com naturalidade. Buscamos situações artificiais de encontro quando várias delas podem estar batendo a porta.

Neste quesito sou obrigado a dizer que ter muitos amigos e amigas torna muito mais fácil encontrar um namorado ou namorada. Busque abrir-se aos outros, não porque isso pode render um futuro namoro, mas porque as pessoas são fantásticas e conhecê-las faz com que sejamos melhores. Seja amigo! Seja amiga! Não se feche em um grupinho, afinal quando vivemos isolados com as mesmas pessoas fica difícil encontrar alguém diferente.

Cultive seus gostos. Tenha hobbies, expresse suas opiniões. A forma mais fácil de alguém gostar de você é sabendo quem você é.

Aprenda com os erros de ontem... Saiba que as pessoas se arrependem e mudam, mas perceba as mudanças primeiro, antes de dar passos fundamentais. Perdoe! Os homens não são todos iguais. Nem as mulheres... Prove mostrando essa diferença em você.

6 – Pense com sinceridade “será este meu caminho?”

Sei que muitos leitores do blog não são cristãos. Escrevo também para eles. Mas não posso nunca esconder que eu sou. E acreditando em Deus, acredito também que ele nos chama a caminhos únicos. Nem todas as pessoas são vocacionadas a viver o amor no casamento... Algumas são chamadas a um amor que se manifesta no serviço a um grupo mais amplo de pessoas. Nosso mundo fala mal do celibato, mas algumas das pessoas mais realizadas que conheço vivem nesta opção. Não deixe de pensar que esta também pode ser a sua estrada....

Resumindo: um relacionamento saudável começa com uma “solteirice” bem vivida. 


Alessandro Garcia
Doutorando em Sociologia
Fundador da Oficina de Valores

4 comments:

Juliana Benevides disse...

Muito bom Alessandro, parabéns mesmo!
Realmente os toques dizem respeito a dificuldades que muitas pessoas vivem ne? Valeu a reflexão, é sempre bom ser levado a refletir sobre as coisas!

Celio Junior disse...

Muito bom. Gostei muito do texto Alessandro.
Fiquei feliz por saber que a maioria das opiniões postadas nesta carta é o que eu penso mais ou menos.
Estou procurando alguém sim, mas continuo vivendo a minha vida e já tinha pensado no "básico" para estar em um relacionamento. Mas como foi dito, o amor romântico não é o único tipo de amor, por isso convivo com os meus amigos e vivo do meu próprio jeito, quem sabe assim eu encontre a pessoa amada.
Me fez ter uma ótima reflexão agora...

André disse...

Alessandro,

Gostei muito! Em especial da forma que você colocou a importância da amizade e da naturalidade. Não tem como realmente conhecer alguém sem deixar conhecer-se.
Para concluir, não sei quanto a você, mas acredito que é muito complicado contruir uma relação verdadeira sem ter a amizade como base.

Abraço,

Joyce disse...

"Saiba que as pessoas se arrependem e mudam, mas perceba as mudanças primeiro, antes de dar passos fundamentais. Perdoe! Os homens não são todos iguais. Nem as mulheres... Prove mostrando essa diferença em você."
conselhos pra toda a vida.
muito bom... como sempre! vc tem uma percepção legal das pessoas, mesmo que as vezes ache q só ve o bem nelas. quem sabe não é isso q te leva a sacar o que melhorar em cada um de nós? parabens!

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