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#AvanteOficina

Por: Alessandro
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A essa altura do campeonato, todo mundo está cansado de saber que na próxima semana teremos a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Para ser um pouco mais preciso, a Jornada, de certa maneira, já começou e jovens de todo o mundo encontram-se em diversas cidades do Brasil participando daquilo que convencionou-se chamar Semana Missionária. Acredito também ser de conhecimento comum que a Jornada consiste principalmente em um encontro de jovens procedentes dos mais diversos países com o Papa.

Apesar de a JMJ ser um evento da Igreja Católica, quero dedicar essas linhas aos amigos que não professam a mesma fé que eu e que talvez estejam até um pouco irritados com todo o “bafafá” envolvendo a
vinda do Papa Francisco ao Brasil; ou que mesmo que não estejam irritados, não estão nem aí para o evento, afinal se é para católicos que os católicos aproveitem, ora bolas! Lembro-me de minha reação quando o Papa João Paulo II veio ao Brasil em 1997 e ela não foi das melhores. Na época, eu ainda não participava da Igreja e fiquei irritado porque os programas de TV que mais gostava foram interrompidos por causa da visita do pontífice. Tá certo que meu motivo não foi dos mais nobres, contei o caso para dizer que entendo bem o que é ficar incomodado com a visita do Papa.

Dito isso, quero convidar os amigos não católicos a participarem da JMJ. Não, não estou ficando louco ou sendo contraditório. Apenas julgo a JMJ uma oportunidade única para todos brasileiros, independente do credo que professem. O Papa Francisco é uma figura tão interessante que ter contato com suas palavras pode ser uma experiência enriquecedora. Muito do que ele vai dizer, com certeza, diz respeito não só aos católicos, mas a todos os homens de boa vontade.

Mas digamos que você não esteja nem um pouco desejoso em ouvir o Papa. Talvez ache chato, talvez não entenda, ou simplesmente não tenha interesse. Ainda vale a pena participar de alguma maneira da Jornada? Sim, muito. Como foi dito, a JMJ é o encontro de jovens de todo o mundo com o sucessor de Pedro, no entanto ela é muito mais que isso. Além de ser um evento religioso, é um grande acontecimento cultural.

Várias bandas se apresentarão. Haverá teatro, música. Uma mostra bem interessante no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Na Quinta da Boa Vista ocorrerá a chamada feira vocacional com mais de uma centena de stands de movimentos cristãos de todos os tipos e do mundo todo. O intercâmbio cultural de uma feira desse tipo é muito intenso e não consigo imaginar como alguém que seja curioso sobre outras culturas não possa achar interessante. A Jornada é algo tão impactante que após a última, que ocorreu na Espanha, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, que é agnóstico, disse que “naqueles dias Deus parecia existir”.

Uma outra oportunidade bem interessante é a Semana Missionária que já começa por esses dias. Como disse acima, jovens de vários países estão espalhados pelo Brasil aprofundando sua fé, participando de iniciativas de solidariedade, conhecendo nossa cultura e dando suas culturas a conhecer. Isso faz com que a jornada não se restrinja ao Rio de Janeiro... Em cada local a programação será diferente, mas pelo que pude ver as iniciativas estão muito bacanas.

Será toda uma semana para conviver com pessoas dos países mais díspares como Tanzânia, Nova Zelândia, Suécia, Dinamarca e Panamá. Enquanto a Jornada é um evento de massa, a semana missionária propicia um contato mais próximo. A quantidade de apresentações e festas juninas dos próximos dias com certeza atingirão patamares estratosféricos. Mais uma vez faço questão de reforçar o convite para aqueles que não comungam de nossas crenças a viverem esse momento tão rico conosco. Há muito de humanamente instigante em algo como a JMJ.

Recentemente, diversos meios de comunicação falaram sobre os gastos públicos para com a JMJ. Embora discutir tal polêmica não seja o objetivo deste texto, acho que vale a pena gastar algumas linhas sobre o assunto. Dificilmente um evento do porte da Jornada Mundial da Juventude poderia ser organizado à revelia do Estado e, é claro, essa participação do governo tem custos. Por exemplo: a quantidade de pessoas que estarão presentes é muito alta, logo o aparato de segurança terá algum trabalho e isso custa dinheiro. O dinheiro público não está sendo repassado para a Igreja Católica ou seus fieis, mas sendo usado pelo próprio Estado na sua necessária colaboração. A Jornada é financiada pelo dinheiro dos próprios peregrinos.

De qualquer maneira, os frutos da jornada para o país superam em muito os gastos. Deixando de lado, por um momento, os aspectos religiosos e culturais e focando apenas no econômico, cabe dizer que se os gastos públicos da Jornada giraram em torno de cento e dezoito milhões, o negócio é muito bom. Em Madri, pelo que pude apurar, a JMJ injetou na economia o equivalente a um bilhão de reais. Pensemos na carga tributária brasileira...Como a conta fica um pouco difícil, vamos usar apenas a alíquota do imposto de renda que é de cerca de 27%. Se as coisas acontecerem como em Madri, só para o governo a Jornada gerará 270 MILHÕES DE REAIS. Mais que o dobro do investimento. Isso sem falar nos estabelecimentos comerciais que vão desde as redes hoteleiras até os vendedores de picolé!

É bacana perceber como diversos amigos de outras religiões perceberam a importância da Jornada e ofereceram suas casas para hospedar peregrinos. Como gratifica ver a alegria dessas pessoas. E não foram apenas iniciativas individuais: Templos budistas, centros espíritas, terreiros de umbanda e igrejas protestantes ofereceram seus espaços para serem usados pelo comitê organizador. A estes amigos, fica o meu (e o de muitos católicos) obrigado.

Quero ainda contar um caso sobre a JMJ. Na verdade sobre a primeira vez que comentei sobre este evento com amigos não católicos. Foi em uma roda de conversa na universidade em 2002. Entre os que estavam no papo havia até um que tinha certa raiva do catolicismo. Naquele ano a Jornada ocorreu no Canadá e alguns conhecidos meus foram. Contei para o pessoal da faculdade como era o evento e como eu gostaria de poder ir. Lembro que o pessoal ficou olhando meio admirado e o rapaz que não morria de amores pela Igreja Católica disse: “Até eu queria ir em um negócio assim!”.

Bom, dessa vez será aqui, e ele, caso queira, pode ir. Eu e você também. A Jornada Mundial da Juventude é um evento da Igreja Católica, mas é aberto a todos os amigos que queiram estar conosco nesses dias que serão tão marcantes para nós. Há muitas coisas que aprendemos de nosso Mestre que não podemos esquecer, entre elas está o fato de que a alegria dividida é multiplicada. Fique a vontade para chegar quando quiser. A porta está aberta e não precisa de senha para entrar. 

Alessandro Garcia
Doutorando em Sociologia / Fundador da Oficina de Valores

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