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#AvanteOficina

18:49
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Por: Diego


Já parou para pensar em porque somos de um jeito ou de outro? Os gostos, o temperamento, o jeito de falar, de se vestir, a forma de pensar... Essa pergunta provavelmente não terá uma única, mas várias respostas. Muitos são os fatores que podem nos influenciar, como pessoas que são exemplos para nós, acontecimentos, sejam bons ou traumáticos, ideias. Por isso não seria errado dizer que somos condicionados pelas situações que vivemos, mas seria um exagero dizer que somos determinados por elas. No final das contas, é a nossa forma de lidar com essas situações, e não elas em si, que vão moldando nossa forma de agir.

Digo isso porque, para desenvolver uma personalidade forte, é preciso que tenhamos uma virtude que nos leve a ser inconformados. Inconformados com nossas limitações e fraquezas, em viver de forma passiva apenas reagindo aos acontecimentos sem, com isso, tomar as próprias decisões. E essa virtude é a Fortaleza.

Fortaleza não significa simplesmente não chorar diante de uma dor ou não baixar a cabeça diante de uma discussão. Ser forte (no sentido virtuoso) é saber dominar a própria vontade para se fazer o que deve ser feito, mesmo que as circunstâncias sejam contrárias ou que não estejamos a fim de fazê-las. Para explicar um pouco melhor, olhemos para aquelea que é uma personalidade fraca.

Um homem ou mulher que seja fraco vai possuir alguns sintomas bem característicos. Um primeiro deles é a volubilidade, que é a capacidade de mudar de ideia com mais facilidade do que o menino do novo Karate Kid tira e coloca o casaco. Tudo é motivo para deixar de fazer ou acreditar em alguma coisa: o clima, o cansaço, o estado de espírito, a opinião dos outros. O volúvel é capaz de no mesmo dia defender posições políticas diferentes ou desistir de uma boa ideia que ele mesmo deu só para não ficar mal diante de alguém.

Outros sintomas são também: o fatalismo, com aquelas desculpas covardes que se dá para não fazer algo, dizendo sempre que tudo vai dar errado e que nem vale a pena tentar; o vitimismo, manifestado nos famosos “porque eu?” ou “só comigo que isso acontece?”. O vitimista é o “diferentão”, que se sente injustiçado quando as coisas não ocorrem de acordo com sua vontade (ou seja, quase sempre...); e a pusilanimidade, a famosa falta de vibração diante de qualquer tarefa que exija um pouco de energia.

Alguém que vive apenas pelas circunstâncias, no fundo, vive a mercê daquilo que é superficial. Se chove, não sai de casa. Se está cansado, falta os compromissos. Se está de saco cheio, interrompe o estudo para ver TV ou entrar na internet. É influenciado pela preguiça, pelo estômago, pela sensualidade, pelo temperamento. Uma pessoa fraca será sempre infeliz. Resmungona (porque nada acontece do jeito que quer), frustrada (porque tudo dá errado e nunca é culpa dela) e chata (porque o homem fraco também é pessimista e invejoso).

Por outro lado, o homem forte precisa ter atitudes de certa forma heroicas. Rafael Llano Cifuentes, num livro sobre essa virtude (Fortaleza, Ed. Quadrante) cita as características que, segundo o filósofo espanhol Jaime Balmes, deve ter uma personalidade forte: cabeça de gelo, coração de fogo e braços de ferro.

A cabeça de gelo reflete a necessidade de se ter um pensamento claro a respeito do que se quer. Quem se deixa levar pelas marés pode acabar encalhado como um monte de lixo. Na vida, significa que ter um ideal e saber os fundamentos daquilo que se acredita (ou pelo menos se dar ao trabalho de procurá-los) é fundamental para manter posições e decisões firmes. Como diria o bom e velho Chapolin “meus movimentos são friamente calculados”. Quem não pensa antes de agir, acaba caindo naqueles erros do homem fraco.

O coração de fogo está ligado à vontade com que cumprimos os nossos objetivos. Posso dizer que uma das maiores descobertas que tive na vida foi entender que a vontade está muito mais ligada às escolhas do que aos sentimentos. Se a cabeça é o volante, o coração é o acelerador. Um coração morno é sentimental, guiado mais pela satisfação momentânea dos desejos do que por aquilo que acredita ser melhor. Um coração de fogo também é entusiasmado, percebe que a história de todos os homens e mulheres grandes foi repleta de dificuldades e encara nos desafios uma forma de crescer e desenvolver a própria humanidade

Por fim os braços de ferro, os quais colocam em prática o que se havia pensado e determinado sem se importar com o que possa acontecer. Não adia sem motivo os próprios deveres deixando-os sempre para “amanhã” ou, como disse São Josemaria Escrivá, “Amanhã! Algumas vezes, é prudência; muitas vezes, é o advérbio dos vencidos. ” (Caminho, 251). Ter braços de ferro também significa insistir naquilo que se acredita, mesmo diante dos fracassos, por saber que adquirir um bom hábito é algo que exige esforço e tentativas.

Ninguém nasce forte, mas se faz forte. Como na vida de um atleta, adquirir tais hábitos exige constância e persistência. E como fortalecer a própria personalidade? Algumas oportunidades estão presentes todos os dias: reclamar menos dos imprevistos, não ser “mole” (procurando sempre os lugares e situações mais cômodas), ser pontual (como acordar na hora e abandonar a função “soneca”), honrar os compromissos mesmo com adversidade (ninguém é feito de açúcar pra deixar de ir em algum lugar só por causa da chuva), assumir os próprios erros (sem inventar desculpas), tomar decisões sem adiar (e que o “sim” seja “sim” e o “não” seja “não”)...

A virtude da fortaleza é o que nos permite seguir o nosso próprio ideal até o fim. Ou como disse Santa Teresa de Ávila: “Digo que muito importa, sobretudo, ter uma grande e muito decidida determinação de não parar enquanto não alcançar a meta, surja o que surgir, aconteça o que acontecer, sofra-se o que se sofrer, murmure quem murmurar, mesmo que não se tenha forças para prosseguir, mesmo que se morra no caminho ou não se suportem os padecimentos que nele há, ainda que o mundo venha abaixo.”


Diego Gonzalez
Mestrando em Engenharia Biomédica
Oficina de Valores

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