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#AvanteOficina

14:03
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Por: Carolline
Imagem: Divulgação

Bom, amigos, esse texto tem spoilers e muitos por sinal. Não consegui deixar de dá-los, pois vão ser importantes para a reflexão. Por isso você que começou a ler, mas ainda não viu o filme e não quer receber spoilers, aconselho a não lê-lo por enquanto.

Na sexta-feira passada fui com umas amigas assistir ao filme "Como eu era antes de você" (um bando de meninas juntas assistindo um filme de romance, vocês já devem imaginar a loucura que foi). Antes de eu ir assisti-lo, muito repercutia na internet sobre e havia certa comoção feminina pelo filme, dada o estereótipo de "filme de menininha". Ao terminar o filme, as amigas que foram comigo se dividiram em duas opiniões. Algumas adoraram o filme, pois o personagem principal, Willian Traynor (Sam Claflin), ao se matar faz isso por amor à moça, Louisa Clark (Emilia Clarke), ou pelo que os personagens viveram antes dele morrer. Ficaram tristes pela morte dele, mas acharam bonito o filme assim mesmo. E teve as amigas que detestaram o filme, por ser clichê em certos aspectos ou pelo desfecho do Will ter decido morrer, mesmo depois de todo esforço, todo amor que a Louisa empenhou por ele. A morte prevaleceu sobre o amor e como isso é triste para a humanidade, pois não há esperança se a morte vence no final. Porém, dá para tirar do filme reflexões interessante sobre a perspectiva do suicídio e a vida de Louisa.

Breve sinopse: Willian Traynor sofre um acidente e fica tetraplégico. Ele tinha uma vida toda estruturada, era um grande empreendedor, tinha uma bela namorada e diversos amigos. Entretanto, após o ocorrido, sua vida fica amarga, ele se afasta de seus amigos pela dificuldade que tinha em acompanhar o antigo ritmo de vida (a impossibilidade de se mover o incomodava muito) e pelo possível incômodo que causava às pessoas. Também os diversos problemas de locomoção de alguém que anda na cadeira de rodas, os ambientes não adaptados, a vida das pessoas não adaptadas, a própria vida não acostumada aquela nova situação. Ter que lidar com uma situação demasiadamente difícil, mudar uma vida inteira, é complicado. Não se espera que algo do tipo aconteça e quando acontece, o que fazer?

Nunca estive na situação de alguém que sofreu com uma mudança tão drástica de vida, uma mudança não escolhida, como uma tetraplegia, mas apenas mudanças de pequeno impacto e que já me foram muito custosas. Porém, penso que William Traynor foi infeliz na solução que encontrou perante a dificuldade, por escolher, em vez da vida, a morte. Tenho ideia do esforço que deve ser feito para ficar bem, a dificuldade que é para alguém que está nesse estado perceber a infinidade de coisas que poderia fazer, embora de forma diferente. Mas ainda se pode ter uma vida ativa e digna. Mesmo com a mobilidade reduzida, não é o fim. Achar que a vida não vale a pena porque ela está bem difícil, porque nos sentimos incapazes de tudo, não é a resposta.

Will teria sido egoísta tanto se tivesse morrido só por querer sua vida anterior, quanto foi por ter morrido pela moça. Querer a vida que tinha antes é excluir que tem uma vida agora. Por fim, ele se decretou um “nada” e quando você é um “nada", qual o sentido de viver? A solução que ele deu foi de optar pela morte, mas ele era alguém que tinha quem o amasse, tinha alternativas para fazer aquela vida valer a pena. Ele mesmo diz isso diversas vezes durante o filme, "A vida é única, você tem que vivê-la intensamente", ou "“Apenas viva, viva bem[...]”. Se antes de ficar tetraplégico ele vivia ao máximo, se esqueceu de fazê-lo depois do seu acidente.

Faltou também pensar nas pessoas que o amavam, para as quais doía mais o fato dele não se enxergar como alguém e querer morrer, do que a tetraplegia ou ter que cuidar dele. A amargura pela vida afastou a todos, até quando surge Louisa, uma menina cheia de vida e que aprecia os momentos que vive, mesmo diante de suas dificuldades. Ela traz sua vida cheia de vigor e seu amor para William, na esperança de que ele desista da morte. Ao ser amado, Will minimamente tem a vida mudada e não morre como morreria antes. Teve a oportunidade de ser um pouco melhor, mas ainda assim o ato do suicídio foi egoísta, pois pensou por Louisa o que ela queria, pressupôs que ela não aguentaria a dor de talvez não ter um filho, ou não ter um homem que a pudesse acompanhar, ou até o fato dele querer estar com ela como ele era antes. Mas o que ela queria? Bom, o que ela queria era que ele mudasse de ideia sobre se matar, só que o amor dela não foi capaz de fazê-lo mudar de ideia. E, diante disso, ela apenas o amou.

O título "Como eu era antes de você", na minha humilde opinião, faz mais referência a Louise. Pois, ao amá-lo, ela que se modificou. Mudou um pouco a vida do Will no tempo que ainda lhe restava. Mas não mudou o essencial, como o fato dele querer morrer, pois esse ato dependia apenas dele. Mas a vida dela mudou muito. Ao amá-lo, sua própria vida foi modificada, como o comodismo que ela tinha e que se vai após conhecer William. Ela começa a lutar pelos seus sonhos, seguir caminhos novos e perceber que a vida vai muito além. Fiquei triste com o final do filme, mas que bom que a ficção não se trata da realidade. Além disso, o que dá sentido a vida não é o que podemos fazer, mas o amor, que muda a nossa vida e respinga amor nas outras pessoas. E isso Louisa fez muito bem.


Carolline Ramos
Estudante de História
Oficina de Valores

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