Uma das
coisas que mais tem me feito pensar e que tem sido o conteúdo
de grande parte das minhas orações envolve o tema deste texto. O vínculo entre
a teoria e a prática do cristianismo em nossas vidas. A forma que aplicamos
aquilo que aprendemos, descobrimos, que fazemos experiência, como trazemos para
a nossa história os valores ensinados por Jesus.
Estas
reflexões têm sido frequentes porque tenho me sentido muito incomodada com a
forma de vida de algumas pessoas e muitas vezes pelas escolhas que eu mesma
faço. Tudo se torna muito fácil quando analisado teoricamente, mas na
efetividade das ações agimos de forma diferente. E por que isso acontece?
Será que não estamos convencidos? Será que viver de forma coerente é impossível? Que estamos convencidos eu sempre tive certeza, mas confesso que muitas vezes cheguei a pensar que é impossível ser fiel à palavra de Jesus, que traduzi-la em vida não é factível.
Será que não estamos convencidos? Será que viver de forma coerente é impossível? Que estamos convencidos eu sempre tive certeza, mas confesso que muitas vezes cheguei a pensar que é impossível ser fiel à palavra de Jesus, que traduzi-la em vida não é factível.
E o que
me faz, hoje, mudar essa maneira de pensar é analisar as situações além dos
erros dos outros, além dos meus próprios erros, mesmo que em muitas situações a
minha atitude não tenha sido essa. Afinal quantas vezes eu, acreditando no que
eu acredito e participando das coisas que eu participo pensei: hipócrita!? E
quantas vezes eu não pensei isso dos outros? Muitas vezes mais. Mas e quantas
vezes pensaram isso de mim?
Creio
que um dos principais motivos das pessoas deixarem a comunidade seja olhar para
a vida do outro e não enxergar uma vida coerente, e com o passar do tempo
acabam deixando a Igreja e consequentemente a fé. Podemos ter muitos motivos
para fazer as coisas de Deus, mas se o principal não for estar com Deus, a
motivação está errada. Podemos fazer as melhores pregações, conduções,
animações, encontros... E de nada valerá se todas essas coisas não funcionarem
como um espelho na minha vida, que é onde eu aplico tudo o que eu falo, prego,
conduzo, senão são só palavras e palavras não são capazes de preencher uma
vida, elas precisam ecoar e transformá-la.
Você já
ouviu alguém falando algo e fazendo totalmente diferente? Muitas vezes né? Eu
também e com certeza você pensou: essa pessoa deve utilizar com frequência
aquele ditado, façam o que eu digo, não façam o que eu faço. De fato, isso
ocorre excessivamente a nossa volta. Um amigo sempre conta que um padre amigo
dele diz: “prega e vive”. O padre não dizia vive e prega. Não somos bons o
suficiente para a obra de Deus e nem acho que algum dia o seremos, mas Deus
conta com instrumentos insuficientes e mesmo assim somos caminho para Ele.
Eu não
preciso zelar só por uma postura, mas por Uma Pessoa e essa Pessoa muda minhas
posturas. O meu maior medo é esquecermo-nos de quem somos e deixarmos que o mal
não nos incomode mais, seja nas coisas grandes, seja nas pequenas, nas nossas
conversas, nas nossas brincadeiras, no nosso dia a dia. As coisas muitas vezes
se tornam um discurso, não se traduzem em vida e não traduzir-se em vida
significa que todas aquelas maravilhas se perderam.
O que
me faz pensar que as pessoas não são dissimuladas é que eu não tenho como
conhecer as lutas enfrentadas por elas, principalmente as lutas com elas
mesmas. Conhecemos as pessoas aparentemente, mesmo que convivamos a vida
inteira ao lado delas, só Deus conhece alguém por completo, portanto Deus é o
único que tem o direito de juízo, apesar de repetidas vezes fazermos a vez de
juízes. Talvez essas pessoas só precisem de uma chance, uma oportunidade para
serem melhores, talvez precisem de ajuda, e eu e você não temos a coragem de
estender a mão.
O não
caminhar ou o caminhar mal do outro não pode ser um motivo para eu não
caminhar, mas deve me fazer querer ser cada vez melhor e a causa óbvia é tornar
o outro melhor também. E se conviver com pessoas incoerentes me desanima,
conviver com pessoas boas me estimula muito mais e me faz ter a necessidade de
ser o máximo do que posso ser.
Não
somos perfeitos, definitivamente não, mas buscamos a perfeição incessantemente
porque “não queremos nossa vida igual a tudo o que se vê”.
Nathalia Pereira
Graduada em Letras
Oficina de Valores
Oficina de Valores
0 comments:
Postar um comentário