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Em um dos textos que escrevi para o blog - Aqui não jaz ninguém - abordava a temática do sentimentalismo, e hoje me proponho a permanecer na dinâmica dos relacionamentos interpessoais, só que com outro enfoque. Tenho reparado que nós somos carentes de atenção e reconhecimento, precisamos que outros nos procurem e nos aceitem como somos e, se isso não acontece, nos sentimos mal.

Uma demonstração disso é quando dois amigos, ao se encontrarem por acaso após muito tempo, se queixam mutuamente de que foram abandonados e de que o outro é culpado pelo fato de não estarem se vendo. Ora, se o relacionamento é uma via de mão dupla, por que a

culpa pela perda de contato é sempre apenas do outro? Porque no fundo nós temos a expectativa de que se lembrem de nós, precisamos disso. Outra clara manifestação dessa nossa característica é o monólogo disfarçado de diálogo que muitas vezes estabelecemos com as pessoas, no qual cada um espera a sua vez de falar, simplesmente desconsiderando o que o outro tem a dizer. Sequer prestamos atenção na pergunta, porque estamos formulando a nossa resposta. Quando reparamos isso em alguém é algo que incomoda, contudo na nossa busca por aceitação, fazemos isso frequentemente sem perceber.

Todos nós buscamos reconhecimento. Entretanto, corremos o risco de não reconhecermos e nem sermos reconhecidos, porque quando olhamos muito para o nosso próprio umbigo não dá para perceber o que acontece a nossa volta. Por isso as relações vão se saturando, as pessoas vão desistindo umas das outras e a nossa visão já turva nos torna incapazes de perceber que a raiz desse mal é o egoísmo.

Qualquer didática nos ensina que sempre que erramos é necessário recebermos uma correção, porém isso constitui um processo doloroso. Não é fácil assumirmos um erro e principalmente ouvirmos críticas pelos erros que cometemos. Só que independente da nossa vontade e também da nossa capacidade de lidar com as correções, elas acontecerão.

Diante do quadro apresentado nos restam duas alternativas:

1- Não acolher as correções: “O incomodado é que se mude”.
 
Certamente não serão justas todas as críticas que receberemos. Injustiças e exageros sempre serão cometidos, afinal de contas a pessoa nunca é exatamente a fama que possui; pode ser além ou aquém, mas nunca é apenas o que se diz sobre ela. O problema é aproveitarmos dessas injustiças para nos fazermos de vítima sempre que ouvimos uma crítica ou correção, no sentido de que independente do que falem a nosso respeito permaneceremos da mesma forma, porque afinal de contas nós somos assim. Se quiser, me aceite; se não quiser, afaste-se de mim. Torna-se muito perigoso, tanto para o convívio social, quanto para a nossa realização pessoal, o nosso contentamento como estado no qual nos encontramos Como dizia o poeta Cazuza, o Tempo não para, e poderíamos acrescentar que na vida quem para recua, retrocede.

2- Aceitarmos que o outro pode ter algo a nos acrescentar: “O acomodado é que se ajuste”.

Na oração “O incomodado é que se mude”, qual é o sujeito? Com todo perdão pelo assassinato à gramática, é o sujeito preocupado, que busca mudança! Um sujeito com predicados o suficiente para contribuir para o nosso crescimento. Só que nós muitas vezes acomodados simplesmente transferimos a responsabilidade para o outro e não buscamos melhorias. Poderíamos reformular a expressão da seguinte forma: “O acomodado é que se ajuste”! Precisamos nos dar conta de que por mais que existam excessos nas críticas que recebemos, podemos extrair disso algo de bom, e que se nós estamos incomodando a outros podemos e devemos nos esforçar por sermos diferentes, para nos ajustarmos.

Finalmente concluindo, eu recorro à ideia cristã de correção fraterna que tem muito a ver com o que refletimos.  Cristo diz que ao ver alguém errando é necessário chegar para essa pessoa e dizer. Há na correção fraterna duas motivações: o zelo com a verdade e a preocupação com o outro. É óbvio que nem sempre as críticas têm suas raízes fundamentadas no zelo proposto pelo cristianismo, por vezes é consequência de um amor próprio ferido. Mas deixando de lado as críticas destrutivas e pensando especificamente na correção que busca a edificação do corrigido, nós temos que entender que por mais dolorosa que se apresente, visa ao crescimento. O caminho de mudança é doloroso, mas faz bem, pois como nós tendemos à inércia, se estamos parados a tendência é que não andemos. É necessário termos forças para acreditar que nós somos melhores do que aparentamos ser e o processo de aceitar as correções que recebemos nos ajude a dar passos em direção a isso. Fecho com um trecho de uma música do Gabriel o Pensador que diz:

“Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro”. 
Rodrigo Moco
Estudante de Psicologia - UCP - Oficina de Valores

1 comments:

Fernanda disse...

Muito útil o texto. Pra pensar se eu tenho gastado mais tempo pensando nos defeitos dos outros ou nos meus próprios defeitos...

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