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Por: Anderson Dideco



Assisti, na segunda a noite, ao filme da Tela Quente, “Caso 39”. A princípio, o fiz compulsoriamente, por total falta de opção. Para quem – como eu, em um primeiro momento – não achou que valesse a pena perder seu tempo, seguem alguns dados e a sinopse da atração. 
 
Trata-se de um filme estadunidense dos gêneros Ação / Fantasia / Suspense, lançado em 2009, dirigido por Christian Alvart e com roteiro de Ray Wright. É a primeira produção em língua inglesa deste diretor – para mim, um ilustre desconhecido. Segue a mesma linha de

"A Órfã" (Orphan), mas com alguns elementos de ficção que dão sentido à história. É estrelado por Renée Zellweger e Jodelle Ferland. A assistente social idealista Emily Jerkins (personagem de Renée) luta para salvar uma adolescente chamada Lilith Sullivan (vivida por Jodelle) das mãos de seus pais abusivos. No entanto, a mulher descobre que a garota não é tão inocente quanto parece e a situação é mais perigosa do que ela poderia imaginar. Seus amigos e familiares de crianças de seu trabalho são assassinados por seus próprios filhos ou misteriosamente sozinhos em sua casa; a assistente social descobre que todas essas mortes foram obra de sua filha adotiva. A filha começa a praticar atos estranhos e o desespero começa a rondar à solta. Lilith ameaça Emily, e ela tenta matar a menina antes que seja tarde demais. (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Caso_39)

Devo admitir que acabei gostando mais do filme do que poderia supor. Uma dessas produções pelas quais você não dá nada e – talvez até por isso (pela falta de expectativas exageradas) – acabam nos surpreendendo agradavelmente. O aspecto que mais me chamou atenção é aquele já comentado acima: os elementos de ficção que emprestam sentido à história. Pois, ao cotrário de outros filmes relacionados ao terror, em que o sobrenatural é apresentado sem justificativas sociológicas e, em ultima análise, sem correlação com o humano e suas neuroses, este “Caso 39” não considera os eventos isoladamente, como se o mundo espiritual invadisse a esfera terrestre só pelo prazer de aterrorizar. De maneira bem coerente, o roteiro explicita a relação inegável entre o mundo das sombras e um nosso ancestral e patológico conhecido: o medo.

Não pretendo aqui esmiuçar as reviravoltas da trama e assim prejudicar o necessário suspense para aqueles que resolverem aceitar minha indicação. Gostaria apenas de notar um tema secundário, mas a meu ver muito pertinente, que o filme discute: a relação entre pais e filhos, sejam estes biológicos ou adotivos. Fica evidente a crítica bastante severa a uma realidade, tão contemporânea quanto polêmica: a perda de autoridade dos pais diante de filhos arrogantes, autocentrados, egoístas e mimados. E o domínio quase “demoníaco” que crianças com tais características podem exercer sobre adultos despreparados para educá-los.

A determinada altura, certa personagem se dirige à protagonista e a aconselha a utilizar, com a “assustadora” filha que adotou, as mesmas técnicas que ela, profissionalmente, indicava às famílias com problemas que atendia todos os dias. Donde se conclui que a máxima “a teoria, na prática, é outra” pode muito bem se voltar contra você, quando se muda de lado. Outro ponto a destacar é que, só quando confrontamos nossos próprios medos e dificuldades, nos tornamos pessoas melhores, capazes de, quem sabe, até ajudar de verdade aqueles outros seres que as circunstâncias da vida colocarem em nosso caminho.

Por último, mas não menos importante para a compreensão do enredo, quero direcionar o olhar do espectador para uma das últimas cenas, muito sintomática, em que uma redescoberta Emily sai das águas, como se acabasse de (re)nascer, após confrontar seus demônios – internos e externos! Um cristão atento poderá ver ali uma alusão simbólica às águas sacramentais do Batismo, que promovem o renascimento espiritual do indivíduo, e, claro, ao sacramento da Penitência (Confissão ou Reconciliação), que nos confere de novo a pureza pós-batismal, sempre que nos sentirmos derrotados perante os “inimigos” que teimam em nos cercar, colocando à mostra nossas fraquezas e debilidades. Se, num feliz momento, percebermos como a “mocinha” do filme em questão, que essas “armadilhas” não são reais (pois Deus é maior que nossos medos e defeitos), saíremos sem dúvida vencedores de qualquer combate – por mais aterrorizante que ele nos pareça.

No mais, fica a dica: assistam este distraído entretenimento que é “Caso 39”, e tirem suas próprias conclusões sobre os assuntos que ele traz à discussão. 


Anderson Dideco
Colaborador do blog - Pastoral da Comunicação - Paróquia de cascatinha

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