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#AvanteOficina

Por: André da Costa

Convido a todos a, antes de lerem meu texto, ouvirem a canção abaixo. Caso não disponham de tempo, ou não desejem, peço então que, ao menos leiam a letra com atenção.

Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão

Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E me fala de coisas bonitas
Que eu acredito
Que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito
Caráter, bondade alegria e amor
Pois não posso
Não devo
Não quero
Viver como toda essa gente
Insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solidário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão
Há um menino
Há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto fraqueja
Ele vem pra me dar a mão

“Bola de meia, bola de gude” de Milton Nascimento é uma música de muita importância na minha vida. Primeiramente, porque durante a minha infância estava entre as músicas que o meu pai colocava para tocar aos sábados. Ela se mesclava num repertório que incluía, além do próprio Milton, 14 Bis, Boca Livre, Lô Borges, entre outros desta geração, “Clube da Esquina”, de músicos dos anos 70/80. Depois que fiquei um pouco mais velho, este gênero musical deixou de ser uma simples trilha sonora para ser um estilo que me agradava. Gostava do gênero como um todo por diversos motivos: pela sua melodia suave, pelos arranjos simples, mas bem trabalhados e pelas letras profundas - em especial a letra desta canção.

No texto em celebração ao Dia das Crianças, nosso coordenador, Alessandro Garcia, faz referência a esta música. No mesmo texto refletimos sobre como as crianças tem a capacidade de encantaram-se e maravilharem-se com o mundo à sua volta; e, conforme vamos crescendo e entrando na fase adulta, perdemos essa capacidade de maravilhamento com o mundo.

Isso ocorre, em grande parte das vezes, porque o mundo real é um lugar bem diferente daquele que tínhamos em nossas mentes quando éramos crianças. Vemos que o mundo é um lugar muito mais complexo, injusto e traiçoeiro do que imaginávamos. Para tornar concreto este “choque de realidade”, peço que recordem a expressão de uma criança que foi enganada pela primeira vez. Creio que todos tenhamos passado por isto em algum momento da infância. Não me recordo da situação exata que isto aconteceu comigo, mas lembro-me da minha reação. Era de pura incredulidade; não conseguia compreender como alguém poderia prometer algo que não gostaria de cumprir só para tirar vantagem.

Ao longo do tempo vamos acumulando experiências como estas e apreendendo qual é a “banda que toca”. Penso que isto é um processo natural: temos um ideal do que é a realidade e vamos aprendendo que a realidade de fato não corresponde a este ideal. O problema é que ao longo deste aprendizado nós nos tornamos amargos e começamos a nós portar de forma egoísta e sem esperança. O nosso pensamento passa a ser, em maior ou menor escala, “Já que não consigo viver no mundo que eu gostaria, vou garantir o meu e o resto que se exploda!”.

Aí entra a música que diz: “Há um menino, Há um moleque, Morando sempre no meu coração, Toda vez que o adulto balança, Ele vem pra me dar a mão...”. Ela nos lembra daquele menino que temos dentro de nós, que via o mundo como algo maravilhoso e cheio de encanto. Lembra também que existem coisas mais importantes para a nossa felicidade do que simplesmente “garantir o meu”. Vai ser este espírito de moleque que vai nos ajudar a sair deste caminho de amargura e desilusão, vai ser ele que vai nos ajudar a ver as belezas do mundo e o que de fato nos leva a felicidade.

Agora que já conhecemos a realidade e sabemos qual é a “banda que toca”, nós podemos fazer justiça ao espírito daquele menino, sem falsas impressões sobre o que é a realidade. Em vez de simplesmente aceitar a amargura nós podemos mudar o que gera a amargura, em vez de “dançar de acordo com a música” podemos “pedir uma música nova”.

Creio que a reflexão feita acima já foi feita por muitos, entre eles o compositor, e de forma bem mais elaborada, mas continua tendo grande impacto transformador na vida de muitas pessoas, inclusive na minha. Disto vem um bocado da importância desta letra para mim.

Porém, o maior significado desta música veio depois de meados de 2009. Veio quando vi que há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração e que toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão. Este menino me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir: Amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor. O mesmo moleque também me ensinou que não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver, e que não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal. Este menino, este moleque, é aquele cujo nascimento celebraremos no próximo dia 25. Através da vida, dos ensinamentos e do legado deste Menino vemos que é possível manter viva e cumprir as promessas que fizemos para o menino que vive dentro de nós. E nos casos em que o “adulto balançar” ou a “bruxa assombrar” o Menino SEMPRE vem para nos dar a mão. Que neste Natal acolhamos o Menino em nos nossos corações e demonstremos isso com as nossas vidas! Um Feliz Natal para todos!

André da Costa 
Estudante de Econômia - PUC RJ - Oficina de Valore

1 comments:

sissa galebe disse...

Que lindeza de texto!! Impossível de se ter plenitude na vida se soltarmos a mão desse menino, desse muleque!! Coração plenamente encantado com o texto e música!! Gratidão!!

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