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 Por: Cleber


Alguns dias atrás foi aprovado no congresso o PDC 234, a chamada cura gay. Bom, como de costume, eu duvidei da cobertura feita pela mídia convencional e resolvi ler o que diz o PDC 234, afinal, como posso concordar ou discordar de uma coisa que eu nem li? 


Ao ler o PDC, mesmo não sendo versado na área do direito, percebi que em nenhum lugar, veja bem, em nenhum lugar ele afirma ser a homossexualidade uma patologia, e muito menos fala de uma cura gay. O que ele faz é dizer que o Conselho Federal extrapolou o seu poder regulamentar no que toca ao desvio ou não da sexualidade, e repito, não diz que a homossexualidade é uma patologia. Então passei a me perguntar de onde veio o termo cura gay? Bem, não tenho uma resposta de onde veio, mas não é difícil imaginar. 

Não quero discorrer sobre os direitos e deveres do conselho ou sobre qualquer coisa que toque o direito propriamente dito referente a essa questão. Quero propor a vocês uma reflexão sobre esse assunto, mas abordando de uma outra forma. 

Para começo de conversa, esqueça esse negócio de cura gay. Isso não aconteceu, não foi o que o PDC fez. Isso me parece mais uma manobra vinda de algum lugar para gerar antipatia pelo que foi feito. Alguns vão argumentar dizendo que todos os jornais e meios de comunicação estão falando sobre a cura gay. Engraçado que muitas vezes essas são as mesmas pessoas que caem matando essa mesma mídia e a acusam de manipuladora. Ora, é preciso ter coerência quanto a isso, não podemos ser convenientes. Apeguemo-nos aos fatos. Não é a primeira vez que a mídia manipula alguma informação e infelizmente não será a última. É preciso se informar. Pra começar leia o PDC 234.

Uma das coisas que me causa muita estranheza é o fato de tamanha revolta pela revogação do decreto do Conselho Federal de Psicologia. Parece que se a pessoa se percebe ou escolhe em algum momento da vida ter uma orientação homossexual ela pode contar com o apoio psicológico, mas se por algum motivo, a pessoa não quiser ser homossexual, ela não pode. Ela terá que arcar com isso pelo resto da vida, e lhe é vetado o direito a ter uma orientação heterossexual, caso tenha esse desejo.

Há casos comprovados - e até não raros -, em que a homossexualidade surge como uma imposição devido a algum fator ou trauma ocorrido. Por exemplo, pessoas que na infância ou adolescência foram violentados por pessoas mais velhas, e que se acostumaram com isso. Não foi uma opção da pessoa, ela sofreu abusos. Esses casos são reais, acontecem. Ora, ela não se percebeu ou escolheu ser homossexual. Esta condição lhe foi imposta pela sua história de vida e ao escolher não querer ser assim e buscar um tratamento para seus traumas, e uma possível reversão, ela ouve que é assim mesmo que ela tem que ser, e que precisa aceitar sua condição. Isso é imposição, não escolha. Isso não é liberdade.

É claro que este é um caso extremo, mas é só pra ilustrar que a pessoa tem que ter o direito de escolha. Se ela tem que ter o apoio do Estado para ser homossexual, também lhe deve ser garantido o direito de não querer ser mais, com o mesmo apoio do Estado. Isso sim é liberdade. É evidente que orientação sexual não é uma coisa que você possa ficar indo e vindo quando lhe aprouver. Não se pode dizer hoje sou hetero, amanhã não, e depois de amanhã volto a ser. Para poder guiar de fato as pessoas a uma boa convivência social e realização pessoal, é preciso ser garantido ao profissional de psicologia a liberdade para trabalhar e ajudar a pessoa a fazer sua escolha, e preparando-a para arcar com as consequências dessa escolha. Do jeito que está, esse trabalho é unilateral. 

Percebam que o PDC 234 não é outra coisa senão garantir o direito e a liberdade de escolha das pessoas. Uma coisa engraçada que acontece em todo esse movimento que diz lutar contra o preconceito e pela aceitação, é o fato muitas vezes não tão velado da obrigatoriedade de aceitação de tudo. Temos que concordar sempre, e se alguém discorda de qualquer coisa, é considerado homofóbico. A luta pelo fim do preconceito é justa e necessária, mas ela só tem valor quando é um ato livre de fato. Impor a aceitação por meio de regulamentos e leis não é liberdade de expressão, é imposição pela força. Utilizam-se dos mesmos meios que criticam e não percebem que estão lutando contra um preconceito que, em alguns casos, nem existe.

Se você é homossexual e está feliz assim, beleza, mas não queira impedir pessoas que não estão felizes de buscar ajuda. Se temos direito ao nosso corpo, e neste caso é só o próprio corpo que está em causa, e não um outro, nada mais justo que garantir que as pessoas que não querem ser homossexuais possam buscar ajuda sem que os profissionais que poderiam ajudá-los sejam repreendidos e impedidos de exercer sua profissão por causa disso.

Vamos aproveitar todo esse momento de manifestação que está acontecendo no Brasil e acordar de fato para todas as questões. A era da informação é essa que estamos vivendo, é muito fácil ter acesso aos conteúdos. Muita gente compartilhou críticas e sátiras à cura gay no Facebook e provavelmente nem sabia do que se tratava o PDC 234. A grande maioria não se deu o trabalho de ler o que o Projeto de Decreto legislativo (PDC) dizia, e saiu metendo o pau. Dizem que a mídia é manipuladora, mas se deixam manipular por ela mesmo assim. Se é pra criticar, critiquemos pelo que é de fato, e não pelo que ouvimos falar por ai, ou por antipatia a A ou B. 

Informe-se, estude, leia, só assim poderemos de fato fazer protestos que sejam verdadeiros e lutar contra as verdadeiras mazelas da sociedade. A cura gay não existe e nunca foi aprovada pelo simples fato de não ter nunca existido nada nesse sentido para ser votado.

Cleber Kraus 
Mestrando em Ecologia - UNB / Oficina de Valores

1 comments:

Maria Carol disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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