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Guerras, contendas, divisões. Violências, barulho, confusões. Ao olharmos para o mundo atual, identificamos intermináveis problemas. No campo das relações internacionais, os problemas ganham uma notoriedade maior. Por exemplo, ao olharmos para a questão do reconhecimento da Palestina como um Estado, teremos duas visões:
uma que é favorável pelo o seu reconhecimento; outra que não lhe é favorável. Essas visões não conseguem, todavia, chegar a um consenso, arrastando o conflito e o tornando cada vez mais tenso. Cada parte defende ferrenhamente a sua visão, sem ao menos refletir o que o outro propõe. Ceder significaria fraqueza e, ser fraco, definitivamente não é uma opção. Essa situação é até fácil de ser percebida devido a uma relação bélica flagrante. No entanto, situações dessa natureza acontecem constantemente no nosso dia-a-dia, nas relações interpessoais.
uma que é favorável pelo o seu reconhecimento; outra que não lhe é favorável. Essas visões não conseguem, todavia, chegar a um consenso, arrastando o conflito e o tornando cada vez mais tenso. Cada parte defende ferrenhamente a sua visão, sem ao menos refletir o que o outro propõe. Ceder significaria fraqueza e, ser fraco, definitivamente não é uma opção. Essa situação é até fácil de ser percebida devido a uma relação bélica flagrante. No entanto, situações dessa natureza acontecem constantemente no nosso dia-a-dia, nas relações interpessoais.
Ocorre, por exemplo, quando eu ou você, egoisticamente, não nos colocamos no lugar de nossa mãe e nos recusamos a ajudá-la nos afazeres domésticos, não lavando a louça suja, não arrumando a própria cama ou não montando o próprio prato. Acontece também quando em uma briga, seja com o amigo, o pai, ou o (a) namorado (a), não reconhecemos nosso erro, ou, mesmo não havendo erro de nossa parte, não nos antecipamos em vista da reconciliação. Ou então quando olhamos para um desconhecido e não o ajudamos em suas necessidades, não percebendo nele a imagem e semelhança de Deus, que nos torna irmãos. Acontece, enfim, sempre que percebemos que podemos fazer alguma coisa positiva e não fazemos, nos centrando em nosso “eu”.
O que está por trás dessa postura, seja nas relações internacionais, seja nas interpessoais é a soberba, que gera o egoísmo e o isolamento. Para combater esse mal é preciso que coloquemos em prática um conceito antropológico chamado: ALTERIDADE. O leitor pode até não estar familiarizado com essa palavra, achando-a estranha, mas seu significado é bem simples. Alteridade é o colocar-se no lugar do outro, percebendo que da mesma forma que eu dependo do outro, o outro depende de mim. Assim, consigo perceber a diferença do outro, sensibilizo-me e tento ajudá-lo. É, pois, a encarnação do mandamento cristão que nos diz: “Amarás o próximo como a ti mesmo!”.
O amor a que somos chamados exige-nos a abrir mão do narcisismo e do egoísmo. Nos chama a praticar a virtude da humildade, a despir-nos dos nossos preconceitos, orgulhos e vaidades e nos lançar a uma fantástica e desconhecida aventura: o conhecimento do outro. E a partir do momento em que conhecermos o outro melhor, seremos capazes de perceber que tal como “eu”, o “outro” possui defeitos e fraquezas, mas também dons e virtudes.
Quando essa percepção brota no nosso íntimo, nada mais permanece como era antes. O nosso relacionamento familiar se torna mais leve e harmônico, as nossas amizades se tornam mais profundas, o relacionamento é vivenciado na lógica do amor verdadeiro e, por fim, há uma união mais intensa com toda a Criação. Dessa forma, se consegue entender com maior lucidez o porquê do pobre de Assis chamar a todos de irmãos, porque o outro foi criado para a mesma finalidade que eu: o Amor!
Tauat Resende
Estudante de Direito - UFF / Oficina de Valores
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