MUDAMOS!

Estamos de casa nova! Acesse www.oficinadevalores.com.br, para acompanhar nossas postagens!

Esse blog aqui será desativado em breve. Adicione a nova página aos seus favoritos!

#AvanteOficina

Por: Moco
www.frasesnofacebook.com.br/

É o primeiro dia de aula na escola, aquele alvoroço, as crianças retornando das férias, de repente dois garotinhos da turma do 1º ano do fundamental que disputam o mesmo lugar na fila se batem; ao serem vistos pela professora, são retirados da fila e levados à temida sala da direção, na qual recebem uma advertência e o episódio é encerrado com um célebre aperto de mãos entre os dois, exigido pela professora, seguido de um pedido de desculpas. Imagino que todos já tenham presenciado episódios como esse, seja na escola, na família ou em qualquer que seja o local em questão.

Desde crianças somos educados a entender o pedido de desculpas como sendo um meio de resolução de divergências. Contudo, por mais óbvio que isso possa parecer, os adultos não cultivam esse simples e objetivo hábito adquirido na infância. Quantas e quantas vezes vemos pessoas que vivem se remoendo com remorsos e ressentimentos pelo simples fato de não se renderem ao verbo “desculpar”. Segundo um dicionário online que consultei, desculpa significa: “Ação de desculpar ou de se desculpar; razão ou motivo para atenuar ou eximir da culpa; justificativa; escusa; pretexto”.

Em suma, o ato de pedir desculpas significa reconhecer que a palavra, atitude, ou mesmo omissão em questão fez mal a outra pessoa e existe um arrependimento por ter causado esse mal. Será que é tão difícil assim perceber que fazemos mal aos outros e nos desculparmos por isso? 

Sim, é muito difícil. Porque queremos e acreditamos sermos boas pessoas e, na maioria das vezes que erramos, não percebemos que estamos errando (ou não queremos nos convencer disso) porque, se estivéssemos convencidos de que estamos prestes a fazer uma escolha errada, em sã consciência não a faríamos. Admitir que erramos é um exercício que afeta diretamente o que chamamos de orgulho, e orgulho ferido deixa marcas na nossa personalidade. Uma pessoa que não tem o hábito de se desculpar dificilmente será uma pessoa feliz, provavelmente será uma pessoa de poucos amigos, muitos desafetos e muitas, muitas situações mal resolvidas. 

A oração cristã do Pai Nosso traz em um dos seus trechos a seguinte condição: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido.” De uma forma bem didática, Jesus ensinou através dessa prece, que aquele que pede perdão é normalmente o que está aberto a perdoar, em contrapartida, cabe refletir que quem não perdoa vai ser aquele que terá mais dificuldade em pedir perdão. O ponto em que quero chegar é que normalmente essas virtudes andam de mãos dadas a capacidade de desculpar e de pedir desculpas. Há uma questão semântica que diferencia desculpa de perdão, mas a intenção do texto é abordar as duas realidades do mesmo ponto de vista.

Não tenho a menor reserva em dizer que uma vez tendo passado por cima do próprio orgulho e tendo adiquirido o hábito de se desculpar, a pessoa certamente será mais feliz, mais leve, mais bem humorada e acima de tudo bem resolvida. Aproprio-me da célebre citação de John Done “Nenhum homem é uma ilha” para dizer que a única forma de termos um bom relacionamento e uma boa comunicação com as outras pessoas é assumirmos que ser bom não exclui o fato de que erramos e de que vamos errar constantemente, e de que a cada vez que errarmos é necessário romper com o orgulho e nos desculparmos com aqueles que sofrem as consequências dos nossos erros. E, principalmente, entendermos que aqueles que erram conosco não se reduzem aos erros que cometem e merecem sim, segundas, terceiras, quartas e quantas chances forem necessárias para serem melhores, guardadas as devidas proporções, logicamente. Não defendo que uma pessoa que sofra violência seja ela de que ordem for, se acomode nessa situação, ou mesmo que uma pessoa que seja vítima de traição deva continuar sendo enrolada de forma passiva.

A questão é: Desculpar não é esquecer e nem aceitar o erro. É sim, reconhecer que apesar do erro que cometeu aquela pessoa merece as devidas oportunidades de se redimir, ainda que não seja próxima a você.

Rodrigo Moco
Psicólogo / Coordenador da Oficina de Valores

0 comments:

Postar um comentário