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#AvanteOficina

23:51
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Por: Vinícius

Imagem: aprovaconcursos.com.br

Por esses dias, ouvi a seguinte comparação, que me pareceu bastante pertinente: “A vida é que nem uma prova de Matemática: se está muito fácil, é porque alguma coisa está errada!” Além da graça evidente na frase, acho-a interessante pela reflexão para que ela abre as portas.

Durante a aplicação de uma prova de Matemática, costumo observar as expressões de meus alunos, e confesso que algumas delas me intrigam bastante.

Vejo alunos que olham para a avaliação com naturalidade; que a veem como uma oportunidade de por em prática o esforço dispensado. Eles não se intimidam, mas se mostram “agradavelmente cutucados” pelos desafios que ali estão propostos, se colocam dispostos a resolvê-los. Esses me parecem encarar dessa forma também a vida: incitados a descobri-la. Não deixam de recear o erro, mas não se privam de arriscar por medo. Vivem, sem “aspas”, sem “mas”, sem “porém”.

Vejo alunos que encaram a prova como obstáculo intransponível; que antes mesmo de a lerem, se consideram incapazes de resolvê-la; que transbordam insegurança. Esses aparentam tratar a vida com excessivo temor. Temem a perda, temem o fracasso, temem o trabalho. Evitam dar passos fora de sua zona de segurança, e não se arriscam. “Vivem”, com aspas, freados pelo próprio receio, ponderando ônus e bônus e esquecendo-se que o caminho, mesmo com seus riscos, tem mais a ensinar do que a certeza da linha de chegada.

Vejo alunos que simplesmente desistem dela. Que não aparecem para tentar, ou que desistem antes de fazê-lo. Consideram-na maior do que suas capacidades (inclusive do que a de tentar) atuais. Adiam o embate o mais que podem, com a desculpa de se prepararem melhor no futuro. Fogem dela, assim como fogem da profundeza da própria vida, das responsabilidades que a recheiam. Procuram caminhos fáceis de trilhar, que conduzem à superficialidade. Buscam “viver”, mas se esquivam da verdadeira vida, que exige compromisso, ao menos consigo.

Em todos esses grupos há boas e más notas. Não é isso que está em questão. “Bons alunos” o são por mais do que um nove ou um dez. “Maus alunos” o são por mais do que um zero ou um um. A paixão e o compromisso demonstrados no percurso fazem parte dessa conta. O espírito de aventura também. Alguém pode encarar sem reservas a sua vida, e em algum momento fracassar. Do mesmo modo, outros podem temer os riscos e ainda assim vencê-los. A forma de enfrentar a situação, de encarar a vida é que faz a diferença.

Gostaria que meus alunos pudessem ver na Matemática a beleza que eu vejo. Estudo e trabalho todos os das com esse primeiro intuito: mostrar uma ciência que desafia, que intriga. Uma ciência que consome, é bem verdade. Consome tempo, esforço. Que por vezes frustra, seja por uma grande dificuldade, ou pelo excesso de facilidade. Mas assim também não é a vida? Ela é, de fato, como uma prova de Matemática. Cabe a cada um de nós escolher como encará-la, como nos prepararmos para ela. Se estiver muito fácil, ou mesmo muito difícil, é porque alguma coisa está errada, e talvez seja o meu modo de atuar diante dela.

Vinícius Mano
Professor de Matemática

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