Por: Anna
“A riqueza que nós temos ninguém consegue perceber.” – Renato Russo
Quantas são as nossas pequenas e valiosas experiências de vida? Aliás, quais vêm sendo as experiências que consideramos “riquezas”?
Quando paramos para refletir sobre o que vem sendo para nós a riqueza de fato, nos deparamos com as inúmeras outras espécies de bens, que na verdade, se olhados com maior cuidado, nem sempre são tão bons assim.
O que as pessoas vêm valorizando nos dias de hoje são as caricaturas do que é verdadeiramente valioso e, com a má valorização das belezas da vida, acabamos por nos acostumar com o superficial e sentir uma certa angústia; um certo vazio.
As coisas maravilhosas que Deus fez para nossa vida, para nosso crescimento e formação foram pouco a pouco se descaracterizando, tornando-se cada vez mais facilitadoras das decepções, pois, ao nos contentarmos com o superficial não nos possibilitamos conhecer o profundo.
O ficar pela companhia tem sido melhor que o envolver-se pelo crescimento; as separações matrimoniais têm sido mais exploradas que o exercício de se manter uma união estável; as músicas cada vez mais barulhentas têm ofuscado cada vez mais a beleza e a sabedoria de outras tão ricas; máscaras têm sido cada vez mais utilizadas e as reais características das pessoas têm sido desprezadas, por não serem satisfatórias a elas mesmas ou aos outros.
Fomos permitindo que a superficialidade tomasse conta do nosso coração e nesse processo, tornamo-nos medrosos, temos receio quando percebemos que existe algo além, algo mais profundo. Fizeram-nos crer que as coisas eram ou poderiam ser fáceis, que o caminho era feito de algodão. Porém, ao descobrirmos que viver é feito também de caminhar sobre pedras, nós sofremos. Mas, para combater as ilusões que nos fizeram crer é que vem Deus. Ele nos diz que a vida é uma luta diária pelo melhor, é uma busca e crescimento contínuos. Ele nos mostra a verdade e aos que se dispões buscar a verdadeira face das coisas e não somente suas caricaturas, são reservados a felicidade e a realização plena. O plano de Deus é que vivamos plenamente. Ao vivermos essa plenitude, nossa vida ganha um novo sentido. Deus deseja dar-nos sempre o melhor e Ele nos apresenta frequentemente caminhos para que isso se realize na nossa vida.
Quando escolhi, livremente, viver aquilo que Deus propunha, encontrei muitas, inúmeras riquezas. Encontrei amigos que ajudam diariamente na minha perseverança, encontrei realização e felicidade gratuitas. Descobri o sentido da palavra esperança. Descobri a alegria pela alegria. Sem ter a necessidade de qualquer outra coisa que pudesse me dar a sensação de felicidade, descobri não precisar de nada que me tirasse a razão ou que me fizesse algum mal.
Descobri que ter com quem contar e conversar nos momentos de dúvida ou tristeza era mais fácil com pessoas de pensamentos e anseios de vida semelhantes aos meus. Descobri que quando nos colocamos a disposição dos outros, ganhamos muito mais do que achamos que podemos oferecer.
As pessoas costumam achar que é bobagem viver a proposta que o catolicismo nos insere. Muitos já me disseram que a religião priva, que deixa as pessoas cegas e durante os tempos em que eu vivia na margem da fé esses argumentos se convergiam com minhas opiniões sobre ela. Mas quando eu decidi que minha escolha diária seria sempre buscar por Deus, eu percebi que ganhei algo muito importante: liberdade.
As pessoas fazem um esforço muito grande pra negar a existência de Deus, ou simplesmente agem como se o fato de haver um Deus ou não fosse indiferente, que o importante é o agora, apenas. Porém, para aqueles que tiveram uma experiência real com Cristo, através da prática cristã, não existem amarras, pois vivem certos de que Deus não impõe nada. Ele nos mostra o melhor, mas deixa para nós a decisão.
Posso dizer por mim e por alguns amigos com os quais vinha partilhando que mesmo com e acima de qualquer dificuldade que venha a existir na vida, não haverá espaço para o desespero. Minha alegria está em saber que existe um Alguém que me oferece o melhor. E por isso meu coração está em paz, pois o que há de mais valioso, Deus nos dá.
E diante da visão externa daqueles que não experimentaram as alegrias que eu, aliás, que nós vivenciamos dentro da igreja, finalizo esse texto da mesma forma que iniciei, e afirmo: A riqueza que nós temos, ninguém consegue perceber.
Anna Clara Costa
Estudante de Psicologia - UCP / Oficina de Valores
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