Por: Barbara
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No próximo domingo comemoramos o Dia das Mães e eu me questionei acerca do porquê e de como esse dia foi criado e escolhido. Descobri que, além de ser uma celebração que fazia parte da mitologia grega, esse dia foi resgatado pela Inglaterra no quarto domingo da Quaresma e dedicado às mães das operárias inglesas no século XVII.
Um pouco mais tarde, mulheres americanas também lutaram pela criação da data e a institucionalização foi feita através da história de uma menina que perdera sua mãe e lutava para que uma festa fosse celebrada em homenagem a todas as mães, vivas ou já falecidas. Era uma forma de perpetuar e fortalecer os laços familiares.
Eu sou mãe e, por isso, queria escrever algo um pouco diferente do que sempre lemos por aí: que mãe é dedicação, amor, carinho... nada que não seja verdade, porém, são clichés que perdem um pouco a força do real significado do que é ser mãe.
Acho que a definição mais bacana que eu já vi sobre essa função, e também a mais marcante, foi a de que ser mãe é tornar-se desnecessária com o tempo. Nós criamos nossos filhos para que eles sejam fortes o suficiente para caminharem com as próprias pernas, para que saibam tomar as rédeas de suas vidas e consigam decidir por qual caminho seguir.
Começamos essa experiência sendo ventre. Somos o abrigo que gera e protege uma vida. Depois, somos fonte exclusiva de alimento. Cuidamos. Estamos lá para os pequenos e para os grandes progressos e fracassos. O primeiro andar, o falar, a inserção no meio social, a escola, os amigos, os medos... A nossa função inicial é coloca-los embaixo das asas e vigiar.
Aos poucos vamos aprendendo que eles nasceram para o mundo. Nos damos conta de que o sofrimento de um filho ganha proporções muito maiores dentro de nós e a alegria deles é o que nos basta. Seguimos dando espaço, pequenas liberdades, mas esperamos ansiosas pelo momento em que vão chamar por nós. Talvez essa seja a tarefa mais exigente de uma mãe: percorrer os estágios diferentes do crescimento de um filho e saber a hora de deixar aquele pedaço seu ir embora.
Fazer-se desnecessária é uma arte, um desafio. Embora eu ainda não tenha chegado lá, acredito ser o nosso teste final. É o resultado de anos de valores, de tradições, choros e risos. É saber como a educação, o suporte psicológico e emocional que demos vão ajudar nossos filhos na caminhada deles.
Acredito muito que, guardadas as devidas proporções, é assim que Deus faz conosco. Ele nos prepara para a vida, nos dá o suporte e torna-Se “desnecessário”. Faz-Se humilde, manso. Torna-Se um porto seguro, observando atento o momento no qual vamos nos virar a Ele e dizer: Pai, preciso de Ti aqui.
Para nós, mães, Ele ainda deu um exemplo: Maria. Ela abdicou de sua vida e, mesmo na dor, soube entender e respeitar a missão de Seu filho Jesus. Ela soube cuidar, educar e dar suporte, mas soube respeitar a independência de Cristo.
Sei que a vida ainda guarda percalços, dias bons e dias ruins, mas ser mãe foi o maior presente que Deus poderia ter me dado. Ganhei uma companheira, uma criança linda que é muito amada e querida e que eu tenho certeza de que também me ama muito.
Sei também que dizer que o dia das mães é todo dia é desnecessário, às vezes nem nos damos conta, mas elas sempre estão lá. Rezando por nós, nos protegendo, nos guardando. Cada uma a sua maneira. Errando sim, mas sempre pensando em acertar. Não só as mães biológicas, mas as tias, avós, amigas que cumprem o mesmo papel nas nossas vidas.
Então, se você ainda tem a sua mãe, tire um tempinho dos dias corridos, olhe pra ela com amor e compaixão e agradeça por tudo, principalmente pela ajuda em ser o que você é. Saiba que o amor e o reconhecimento valem muito mais do que um presente bacana.
Se a sua mãe já não está mais por aqui, reze por ela. Faça como a menina americana que nos proporcionou essa comemoração. Agradeça da mesma forma porque mesmo sem a presença física, só você sabe o quanto ela ainda é parte de você.
À minha mãe, o meu mais profundo e sincero obrigada. Pelo exemplo, pelo amor incondicional e pela parceria na vida. Você é a pessoa mais desnecessária do mundo, mas a que eu mais quero perto de mim.
À minha filha, o meu eterno amor. Que nossos caminhos se cruzem sempre e que você saiba que eu estarei aqui, esperando você voltar.
Feliz Dia das Mães!
Barbara Furtado
Estudante de Letras, UESA - Professora de Inglês - Mãe da Gabriela / Oficina de Valores
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