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Meu nome é Antonio José Leal Salas, sou estudante de Licenciatura em Educação Matemática e Física pela Universidade de Zulia, em Maracaibo, Venezuela.

Para mim, a JMJ foi um grande sonho se tornando realidade, já que em minha Venezuela estamos em crise social, política e de cidadania. Porém, decidi superar toda essa crise e começar a lutar por esse sonho. Desde o início, o processo para juntar o dinheiro para ir ao Rio foi difícil, mas dentro de mim havia uma voz que dizia: "Você pode, confia em Deus" - e isto foi o que me manteve firme na fé, já que vivo em uma família humilde, sou o caçula entre 4 irmãos, e meus pais estavam temerosos de me deixar sair do país.

Comprar minha passagem aérea para o Rio foi providência divina, pois eu não tinha dinheiro suficiente para comprá-la e tinha somente dois dias para conseguir 4000 Bolívares (moeda venezuelana) e mais ninguém tinha dinheiro para me ceder. Só me restou confiar em Deus e pedir-lhe que não fosse pelo dinheiro, mas pela fé. Fui a outra cidade da Venezuela, entrei em oração e tive paciência. Quatro dias depois eu ainda não tinha o dinheiro. Mesmo assim, meus braços nunca se baixaram, sempre rezando: Senhor, em Ti confio.

No quinto dia, três pessoas importantes na minha vida me deram o dinheiro e pude comprar a passagem. Tive muita vontade de chorar, pois Deus me mostrou que quem persiste em um sonho pode conseguir realizá-lo.

Com o passar dos dias, conforme se aproximava o dia 12 de Julho, meu coração estava ansioso. Como será estar em outro país? Como farei para falar com o povo do Brasil, se não sei falar Português? Qual família me receberá? Como evangelizarei no Brasil? E mil coisas mais! Só tinha certeza de que Deus estaria ao meu lado para ajudar-me em tudo, já que ir ao Brasil era o sonho da minha vida.

Minha aventura começou dia 11 de Julho, ao arrumar minha mala, onde iriam meus pertences, minha Bíblia, meu rosário, algumas recordações para a família que me abriria as portas de casa, minhas lágrimas de alegria e um coração disposto a levar Cristo a cada canto da Terra. 

Chegou o dia 12 de Julho, e minha alegria transbordava, mil coisas me passavam pela mente, já que, com o grupo no qual eu viajaria, não iria ninguém de minha paróquia. Eu estava representando minha paróquia de São João Batista e um grupo jovem que coordeno. No aeroporto era possível ver a alegria dos 14 integrantes do grupo e seus familiares, porém eu estava apenas com minha namorada, já que minha mãe mora longe de mim. Antes de embarcar, recebo um telefonema de minha mãe dizendo: "Que Deus te abençoe, sinto muito orgulho de você. Te amo, meu filho menor". Não sabia o que fazer quando escutei a voz dela ao telefone, já que a bênção de uma mãe vale mais que mil palavras. Logo depois, meu melhor amigo da faculdade, que não conseguiu viajar para o Rio, chegou ao aeroporto com dinheiro pra me ajudar com despesas com comida e um grande abraço, manifestando sua alegria.

Era a primeira vez que eu entrava num avião, e senti um frio na barriga... Porém a viagem até Caracas foi tranquila. Já no aeroporto da capital, nos informaram que o voo para São Paulo havia sido mudado para dia 13 de Julho. Então, nos enviaram a um hotel para pernoitar, e somente às 3 da manhã de 13 de Julho embarcamos para São Paulo, e depois em outro avião para o Rio. Chegar ao Rio de Janeiro nos alegrou bastante, e ali esperamos o pessoal da paróquia de São Judas Tadeu, de Teresópolis, que foi até lá nos buscar. Foi muito bom chegar à paróquia de São Judas Tadeu, já que o pessoal nos fez sentir em casa, e parecia que nos conhecíamos por toda a vida. Antes de deitar para dormir, falei com Deus e disse-lhe que queria que me enviasse a uma casa onde eu pudesse evangelizar com minha presença, que as pessoas aprendessem comigo e eu com elas, que fosse uma família humilde e acima de tudo que eu pudesse plantar a semente do amor de Deus, já que eu estava indo para a JMJ como instrumento de Sua palavra.

No dia 15 de Julho decidimos ir ao Cristo Redentor, e era um momento pelo qual eu ansiava bastante. Desde pequeno eu conhecia o Cristo como um marco da fé no Brasil, e queria muito estar ali. Essa foi uma das primeiras experiências que marcou minha vida, já que se sente em outro mundo, se respira a presença de Deus. Eu disse a mim mesmo: "Que feliz é o Brasil por ter o amor de Cristo representado assim, com seus braços abertos recebendo a Seus filhos". 

No dia seguinte nos entregaram à família anfitriã, e fiquei muito alegre pois Deus ter me dado a família mais bela do Brasil. Fátima, Bruno e Caroline me fizerem sentir em casa, sentir o amor de mãe e de irmãos. Com isso Deus ia demonstrando Seu amor infinito, e eu não tinha nada mais a pedir, apenas confiar n’Ele.

Os dias passavam e cada experiência que vivia me enchia de alegria. Mesmo sem falar Português nós nos entendíamos muito bem, já que os valores e princípios da minha formação eram muito parecidos com os dessa família. A cada dia ia conhecendo mais gente, e todos tinham comigo muito carinho, e eu retribuía. Um dia na paróquia coube a mimfalar diante de umas 80 pessoas. Eu não sabia o que dizer, mas o Espírito me iluminou.

A Semana Missionária foi excelente. Teresópolis recebeu irmãos da África, das Américas, da Europa, e todos pudemos compartilhar a alegria de Cristo no meio de uma juventude que não ama a Deus, já que somos nós os chamados a levar esse amor de Deus a esses jovens. Compartilhamos isso nas paisagens naturais, como o Dedo de Deus, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e nas paróquias. Na diocese de Petrópolis houve um grande evento em que encontramos jovens vindos de todas as partes do mundo a celebrar e anunciar a alegria de Cristo Ressuscitado. Os ambientes de oração, os cantos, o rosário, a Eucaristia, todos foram pontos que marcaram esse encontro pré-Jornada em que se sentiu a presença do Espírito de Deus.

Todos ansiávamos por estar no Rio de Janeiro, para conhecer o Papa Francisco, ouvir sua mensagem e, sobretudo, encontrar-nos com Cristo. Já no Rio de Janeiro, disse a mim mesmo que viveria essa experiência a cada segundo como se fosse o último. As catequeses foram importantes e interessantes, já que nos diziam que era necessário que os jovens saíssem à rua para anunciar a Cristo, que vive e nos ama, que todos somos chamados a ser missionários e acima de tudo reconhecer no rosto dos irmãos a face de Jesus.

A praia de Copacabana foi o lugar que recebeu a todos os jovens vindos de todas as partes do mundo, e às tardes se realizaram os encontros com o Papa. Na quinta-feira, lutei muito para conseguir ver o Papa de perto, e consegui! Foi uma alegria, o Papa transmite muita paz, e vê-lo emocionado de alegria quase parou meu coração. Logo me sentei para ouvir sua mensagem, afinal era para isso que eu estava lá. Nesse mesmo dia, o Papa nos disse para lutar contra as adversidades com nosso espírito jovem, pois com isso podíamos vencer.

A noite de vigília foi longa, e eu não havia levado nada para me cobrir. Não imaginava que o clima no Brasil estaria frio assim. Mas a noite foi inexplicável, todos diziam ser algo realmente divino. Pude conversar com uma família argentina, e lhes contei como foi difícil conseguir ir à JMJ, e via lágrimas em seus olhos enquanto diziam o quão admirável é um jovem de 18 anos fazer isso por Deus. Na manhã seguinte foi a Missa, uma belíssima Eucaristia em que fomos enviados a fazer discípulos em todas as nações.

Nos dias seguintes, aproveitei a praia um pouco e depois voltei à Teresópolis, à casa da família mais bela do Brasil, e aprendi ainda mais coisas dessa família humilde. 

No dia 31 de Julho, telefonei para minha mãe para dizer que estava bem, e também para felicitar meu pai que estava fazendo aniversário. Meus pais quase não podiam falar, só choravam ao telefone, e diziam o quanto estavam orgulhosos de mim.

Eu não queria que chegasse o dia de retornar, 6 de Agosto. Todas as pessoas de Teresópolis estavam em meu coração, já que me deram tanto carinho e me tornaram um brasileiro. A despedida foi forte, mas eu disse à Fátima: "Sou um peregrino do amor de Deus, hoje estou aqui, mas amanhã devo seguir pois em outras partes também esperam por mim". Retornei a meu país, com muita saudade, e só queria ver meus pais para contar-lhes a experiência que marcou minha vida e que, de agora em diante, não devo ter medo de anunciar a Cristo.

Resumir a JMJ é difícil, mas é possível: Uma experiência de amor e bênçãos ao povo do Brasil, e a todos nós jovens do mundo todo que ouvimos a mensagem para logo ir anunciá-la a cada canto da Terra.

Antonio José Leal Salas
Peregrino Venezuelano na JMJ-RIO 2013

Texto original em Espanhol
Tradução: Adriano Reis / Oficina de Valores

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