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#AvanteOficina

Por: Juliana
                                          Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Lord_Voldemort

(SPOILER ALERT)

Aquele-que-não-deve-ser-nomeado, apesar de ser a personificação do mal, alegoria clara do mal encarnado, tem muito a nos ensinar.

É talentoso, engenhoso, inteligente e ambicioso. Achava-se tão especial e único que pensava ser um desperdício morrer.  A busca da imortalidade, contudo, não deve ser encarada de uma forma ruim, pois todos nós a buscamos, querendo ou não. O problema que o bruxão arrumou foi sair atropelando e matando gradativamente, a todos que estivessem à sua frente em troca da extensão da própria vida, que no fim das contas já não era desejada por ninguém.

O Lord das Trevas possuía um “exército” e exercia um certo fascínio em seus seguidores que em certos momentos se assemelhava a uma hipnose, encantando a muitos, causando temor e até idolatria.

À primeira vista, Você-sabe-quem parece invencível: volta a ter plenos poderes, mesmo depois de vagar por anos como um pedaço de alma sem corpo (espírito, consciência ou qualquer outra coisa assim que ele tivesse). Desvenda segredos e profecias talvez nunca antes realizadas por outros bruxos e como façanha maior dividira sua própria alma em sete partes para selar sua invencibilidade e ainda, como garantia, persegue as relíquias da Morte, que juntas o fariam Senhor da Morte (duas vezes, eu diria).

Quando li a primeira vez a série de livros, pareceu-me uma grande vacilada da autora fazer um moleque de 17 anos vencer o maior bruxo de todos os tempos (como confirmam os seus feitos incríveis descritos acima). É claro que um fã da série deva ter pensado agora que o maior bruxo foi sim Alvo Dumbledore e eu concordaria, em partes. Porque acredito que em matéria de realizações e perspicácia, Lorde Voldemort foi imbatível. Porém Milorde continha um defeito: a sua previsibilidade.

Depois de algumas releituras, pude ver o quão bem J.K. Rowling teceu a historia. E, se não me engano, no sexto livro da série ela nos revela o passado de Voldemort: uma criança abandonada, rejeitada, incompreendida cuja mãe falecera e o pai rejeitara. Criado em um asilo por trouxas (não-bruxos), com 12 anos, começa a sentir a magia despertar e, sem entender o que acontecia, começa a usar seus pequenos poderes contra seus inimigos, que o rejeitavam e excluíam por ser diferente. Visitado pelo futuro diretor da Escola de Magia, Dumbledore em pessoa, Voldemort é levado para Hogwarts, onde vai descobrir tudo o que precisava saber para ser um bruxo.

Acredito que o seu passado seja a perfeita explicação do porquê ele ser assim. Agora usar da rejeição que ele sofreu como justificativa dos seus atos é o que o torna um vilão clichê e totalmente previsível.

Lord Voldemort foi derrotado por sua própria ambição. Ele mesmo se tornou tão vulnerável por querer o poder só para si que se tornou mais fácil de ser derrotado.

Ele não possuía um exército fiel, e sim um exército temeroso. Ele tinha maiores poderes e capacidades mágicas, mas não a esperança de vencer, não pelo que vencer. Ele queria salvar a si mesmo e, por isso, tudo o que ele perdeu foi a si mesmo.

Que lição podemos aprender com esse Lord?

Nenhum de nós é especial demais para se sentir maior que os outros.

Acredito que uma exagerada auto-estima nos faz requerer direitos que não temos, clamar poderes que não nos competem, exigir recompensas que não são nossas.

Não dar o passo maior que as pernas: Tom Riddle usou de TODAS as magias conhecidas e desconhecidas na tentativa desesperada de ser invencível. O que não deu certo, mesmo.

Ele realmente conseguiu deixar as coisas mais demoradas, mas no final, tudo que Harry Potter teve que fazer foi desmistificar essa imagem de “deus”, que o malvado criou para si, e tratá-lo como um igual.

Foram todas as vezes que Harry foi desmistificando o próprio nome do “Lord” que o mostraram que o Lord não era tão distinto assim a ponto de ser invencível.

O quão linda é a cena em que Harry descobre que ele precisará morrer para salvar a todos... Prova de amor maior não há. Ao caminhar para a morte por vontade própria, ele já alcançava a vitória.

Para saber ganhar, temos que saber  perder todas as outras coisas que hão de ser renunciadas.

História de criança? Reescrita clássica da luta entre o bem e o mal? Reescrita do holocausto? Reescrita da Bíblia? Já ouvi de tudo. Tudo pode ser encarado como citação da citação, o que vai valer mesmo será o quanto aquelas palavras conseguirão te emocionar, te alegrar, te fazer refletir, chorar, rir, te ensinar.

E concluo dizendo que Lord Voldemort me impactou muitas e muitas vezes, fez-me sentir medo e desesperança, e me ensinou também. Ensinou-me que “são as nossas escolhas que revelam o que realmente somos”, enquanto Voldemort quis ser o mal, Harry quis ser o bem, e com isso nos mostrou que o mal sempre perde no final, porque ousa ser egoísta e auto-suficiente esquecendo-se que sozinhos não podemos, porque a colheita é sempre comum.  


Juliana Benevides Dornas
Professora de Inglês/Oficina de Valores
 

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