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#AvanteOficina

Por: Pedro



Fonte da imagem:http://ateotalamo.wordpress.com/

O ser humano é um bicho curioso que adora dissimular, fingir que não sabe ou não sabe o suficiente. Algumas vezes, deixamos de cumprir um dever e lá vem a automática reação de querer mostrar que não se sabia que a coisa era deste ou daquele jeito. Um erro, um esquecimento, e lá vem um monte justificativas. De uma forma ou de outra, tenta-se a fuga da culpa que lá no fundo se sabe existir. Uma série de manobras mentais operam-se para tentar tapar um pouquinho mais a sujeira. Nossa! Como é difícil ser plenamente sincero e claro – e também encontrar pessoas sinceras e claras - quando se trata de assumir um erro, um fracasso, um defeito. Muitas das vezes, talvez a maioria delas, isso se deva ao orgulho e à vaidade.

Somos soberbos e, assim, cremos que nos bastamos, que não precisamos dos outros. Que dificuldades temos de pedir ajuda, de nos aconselhar, de ver o lado positivo de uma crítica honesta... Agindo assim, e com tantos defeitos, freqüentemente caímos por essa falta de humildade. E ao cair, como o orgulhoso não se sabe ou não se quer saber orgulhoso, procura suas desculpas. Quando assume o erro, o que já é ótimo e raro, como tem dificuldades de enxergar que se houvesse escutado um pouco mais poderia se dar um pouco melhor. Em todo o momento, pegamo-nos dizendo: “de fato errei, mas o que você disse não mudaria em nada a história”. Acho que temos muito medo de ver que o outro, muitas vezes, é melhor que nós em algo e por isso agimos com essa auto-suficiência, como se soubéssemos sempre qual o caminho certo, na contramão do que a realidade implacavelmente mostra.

Certa vez, escutei por aí algo simples, mas bastante profundo: toda pessoa tem algo que nos completa de alguma forma. E uma outra vez, ouvi de um amigo algo igualmente interessante que manifesta a mesma realidade: por mais que sejamos muito bons em algo, sempre há alguém melhor que nós. Essa é verdade, mas creio que a ignoramos muitas vezes. Sendo as coisas assim, como não deveria ser diferente o nosso olhar para o outro?! Deveríamos ter muito em conta que podemos aprender muito com todas pessoas com que nos relacionamos, por mais que não pareça, e, assim, sermos muito humildes pra tentar ver no outro aquilo que não temos. Quando nos fechamos paro o outro, perdemos grande oportunidade de melhorar.

Por outro lado, quando prestamos de verdade atenção no outro, nossa vida fica muito mais fácil. Sabemos e aceitamos nossas limitações e, assim, levamos muito em conta aquilo que nos é falado. Quem sabe não “ter o rei na barriga”, aproveita muito cada ocasião para aprender um pouco mais. E quando erra, consegue enxergar sua miséria e assumi-la naturalmente. Esta pessoa sabe dizer a si aquelas palavras de São Josemaría Escrivá que estão no ponto 600 de Caminho: “Tu... Soberba? – De que?”.

Nós também somos muito vaidosos. Essa estima exagerada de nós mesmos que nos faz querer parecer perfeitos aos que estão ao nosso redor. Isso é muito tolo, mas apesar de tudo se manifesta muito claramente quando vamos justificar os nossos erros. O amor próprio desordenado não nos deixa assumir com simplicidade os nossos defeitos de caráter, as nossas fraquezas. Tememos que nos vejam como somos, o que, diga-se novamente, é tolo, pois todos somos cheios de defeitos. Obviamente, há muitas ocasiões em que as circunstâncias podem diminuir a nossa responsabilidade, mas há muitas também em que o problema foi nosso mesmo. Foi nossa preguiça, falta de atenção, de fortaleza, o que quer que seja, mas foi nossa culpa. E quando isso acontece, como seria bom se fossemos simples e humildes para enxergar a nossa cota e assumir a responsabilidade, sem ficar criando fantasias que nos justifiquem, sem atribuir aos outros aquilo que nos cabe, sem fugir da realidade.

Que nós consigamos ser mais humildes e sinceros para enxergar os nossos defeitos e faltas, não apenas para assumirmos nossa responsabilidade como convém, mas, sobretudo, para podermos aprender e melhorar com eles. Veio-me à mente um trecho do livro “Vidas Sinceras”, de Rafael Llano Cifuentes, que pode servir para fomentar em nós o desejo de sermos mais sinceros conosco e com os outros ao errarmos: “Tomara que algum dia um caminhante qualquer, ao encontrar-se conosco na encruzilhada da vida, pudesse também exclamar exultante, admirado: ‘Encontrei o que desejava o meu coração; encontrei um homem transparente, íntegro, autêntico – um verdadeiro homem – em quem não há duplicidade nem engano!’ ”

Pedro Simas
Estudante de Direito-UERJ/Oficina de Valores

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