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#AvanteOficina

Por: Anna Clara

 

"Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente seu coração vai doer e talvez se partir." (C. S. Lewis)

Lewis já dizia: Amar (e ser amado) dói.

Mas por que dói?
 
O conceito do amor na contemporaneidade está basicamente relacionado a “estar” ou não feliz. Observando-se, porém, que o sentido de felicidade – também deturpado – diz respeito a sentir-se bem. Sendo assim: é amor... se... me faz bem. Quando deixa de fazer significa que não existe mais amor, ou que nunca houve. Certo? 

Vejamos...

Esse tipo de pensamento tem se tornado habitual, porém não significa que esteja certo, nem muito menos adequado. Ao nos acostumarmos com o que o senso comum determina damos nossa contribuição a essa parcela da sociedade egoísta, vazia de caridade.

Ao observar nossos jovens, percebemos que estes se entregam facilmente a relacionamentos, às vezes destrutivos.

Ser jovem é descobrir, e muitas vezes nossos “amores” de adolescência marcam nossas vidas, pois em sua maioria são intensos. Estes nos concedem uma atenção que, de forma geral, nessa idade ainda não conhecemos. Uma vez que não sabemos o que significa amar, não saberemos distinguir o que é bom porque acrescenta e o que é bom porque corresponde às nossas expectativas. Assim, percebemos um ponto do déficit do amor: A ignorância. O modo de amar é aprendido, nascemos para isso, mas se não aprendemos como fazê-lo corremos o risco de até o fim de nossa vida, nunca sabermos amar de fato. E que lástima!

Há ainda outro modo de viver a incoerência do amor, o sentimento que anula o ser. Quando nos submetemos à situação de mendicância. Quando, por medo ou por não nos reconhecermos como tal, não nos posicionamos enquanto pessoas que merecem respeito e cuidado, bem como aos demais. Lewis, ao alegar que amar dói, não diz que devemos viver sofrendo injustamente, porque isso denota falta de amor de si mesmo. Quando o sofrimento se justifica pelo medo de ficar só, ou pelo medo de não receber de outra forma a atenção que se tem, o perigo maior não é de faltar amor ao outro, mas de faltar respeito de si mesmo. Chegamos então a um ponto importante: devemos nos questionar se quando amar começar a me doer significa que não me faz mais bem ou devo continuar sofrendo por algo mesmo quando não me acrescenta.

O doer da frase inicialmente citada é uma dor de carinho. Dor de cuidado. Dor ao ver sofrimento pelas derrotas do amado, por um momento de angústia, por uma perda... Uma dor de querer ver a quem se ama feliz, – realmente feliz – que por algum motivo não se pode. Uma dor de querer ver a quem se ama realizado. E nisso se dá a caridade.

Não importa o quanto eu faça pelo outro se estas ações não forem de fato pelo outro. E isso é extremamente difícil. Estamos condicionados a agir de acordo com o que nos é mais satisfatório, ao que atende às nossas expectativas, às nossas necessidades e afins. Muito se fala disso, porém o quanto se vive?!

Vejo este amor altruísta no carinho que minha avó tem com seus netos, sendo dessa forma, também por mim. O cuidado em oferecer o melhor. Inclusive mais, para os menores que não têm condições de retribuir com nada além de gratidão. Uso este exemplo, porque vejo aplicabilidade deste amor do qual falamos a uma realidade, já que, como minha avó, existem pessoas que amam, existem pessoas que aprenderam a amar desta forma. Portanto não é algo ideológico. Este amor existe!
 
Mas a doação está saindo de moda. Saiu de moda cuidar dos matrimônios mediante as dificuldades, que normalmente acabam acontecendo durante os anos de relacionamento. Está saindo de moda gastar tempo com os filhos, com seus afetos, o que se faz é simplesmente esperar resultados, especialmente escolares. O modo de amar está relacionado ao quanto posso oferecer, e no quanto terei de retribuição. Está fora de moda doar a vida pelos menos favorecidos, “há quem faça...” é a nossa desculpa. Mas, até quando haverá quem faça se deixamos para o outro algo que podemos nós mesmos fazer? Deixamos de amar com a oportunidade bem na nossa cara...
 
Precisamos reaver em nossa mente os conceitos de caridade da exortação do apóstolo Paulo. Ao nos lembrarmos destes conceitos, com o passar do tempo os teremos tão incutidos em nós que será mais simples aplicá-los com naturalidade nas ocasiões de nossas vidas. As práticas de caridade nos transformam. As práticas do amor nos transformam, especialmente nos dias de hoje, onde amar é não só um chamado, mas uma necessidade, minha e do outro. O amor nos edifica. Precisamos responder ao nosso primeiro chamado. Antes de tudo somos chamados ao amor, somos chamados para amar. Que tenhamos a graça de sofrer esta dor, de amar verdadeiramente. Que aprendamos a nos doar. Que não percamos a chance de viver o amor. Que não deixemos passar a oportunidade do amor, da doação integral pelo outro.
 
Anna Clara Costa
Estudante de Psicologia/Oficina de Valores



                                                                      



 

1 comments:

Anônimo disse...

Gostei muito do texto!
Porém, acho que o fato de uma pessoa ser jovem (adolescente) nada tem a ver com não saber o que é o amor.
Existem pessoas que morrem sem saber o que é um amor de verdade, como também, existem pessoas que descobrem o amor na juventude e este dura toda uma vida.
Sem contar que o jovem, pode amar verdadeiramente seus amigos, familiares.... E isso já é uma forma bem válida de saber o que é o amor, de saber o que é se doar e sofrer pelo outro.
Acho que o quando a autora menciona que os jovens de hoje em dia se entregam a relacioamentos destrutivos, está equivocada, pois, não se pode generalizar. Tudo na vida é aprendizado e amor não é moeda de troca, não se pode amar somente se você também for amado.
Jesus ama cada um de nós, independente de quem somos, de como somos, seu amor é incondicional e é o maior exemplo de amor para nos guiarmos.
Um beijo a todos da oficina !

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