A Oficina está fazendo aniversário de dez anos. Na minha vida, ela completa oito. Comecei a fazer parte no grupo de formação, o segundo, e que sem dúvida foi resposta de muita coisa na minha vida. Foi graças a isso que eu pude ter contato e levar pessoas que me são muito caras até a Oficina.
Eu podia seguir esse texto falando dos inúmeros
retiros, formações e iniciativas das quais eu fiz parte nesse grupo, mas isso
seria limitá-lo demais. Então, como eu tanto ouvi esse ano, vou tentar em poucas
linhas contar o que é ser Oficina para mim.
Ser Oficina significa, antes de tudo, ter
coragem de se fazer perguntas e, mais ainda, de buscar respostas.
Significa aprender a ler, a escrever, a falar,
a debater e a rir. E significa admitir que nem tudo eu consigo ou devo fazer.
Significa ir a escolas, a conferências, a
retiros, a talk shows, a missões, a eventos
culturais, participar de podcasts e
das noites das meninas.
Significa ter um compromisso intenso com meu
estudo, meu trabalho e meu hobby. Porque, quando eu menos esperar, a Oficina
vai precisar disso para alguma coisa boa.
Significa ter a responsabilidade de me formar e
de formar outros, e o alívio de olhar para o lado e ver que eu estou cercada de
gente muito melhor do que eu.
Significa, por vezes experimentar a frustração
com alguma iniciativa que não dá certo e agradecer a Deus por nos mostrar onde
Ele nos quer de verdade.
Significa passar por muita gente e aceitar que,
por muitos, essa será a única vez.
Significa sentir uma urgência enorme de
trabalho, de oração e de sacrifício por aqueles que encontramos, pelos nossos e
por mim mesma.
Significa não desanimar quando o resultado
demora muito ou sequer aparece.
E significa fazer parte de uma família.
Pertencer a essa família é um privilégio
imensurável. Ainda que relações humanas sejam complicadas, é incrível demais
saber que isso tudo que eu sou por ser Oficina não é algo só meu. Existem
outras pessoas - ainda que cada uma à sua maneira - que também o são. Com todas
as facilidades e dificuldades partilhadas vivemos uma experiência de unidade,
pois, como disse um de nossos fundadores, o que cada um aqui realiza, todos
realizamos por ele.
Às vezes esbarro com um outro
"oficina" na rua, em um corredor, ou do outro lado de ‘uma sala de
aula, e agora percebo que isso me traz paz. Pois eu sei que aquela pessoa tem
uma coisa muita especial em comum comigo. E de certa forma, ela é minha irmã. E
isso é verdade ainda que por vezes eu fique chateada ou desaponte alguém.
Lidar com sentimentos pode ser extremamente
difícil, e ser comunidade também é amar quando o amor parece a saída mais
difícil.
Ninguém disse que seria fácil tornar-se família
de alguém que não tem o meu sangue. O que nós sabemos, por certo, é que Quem
nos deu essa missão fez essa condição ser necessária. E mais do que isso... inevitável.
Fernanda Gonzalez
Mestranda em Engenharia Urbana / Oficina de Valores
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