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Por: Nathalia



Estamos de volta ao especial sobre Tolkien.

Quando olhamos para a obra desse autor percebemos que há uma infinidade de seres. Hoje, vamos pensar mais especificamente sobre a relação entre dois deles: os elfos e os orcs. Essas duas naturezas têm muito a mostrar para nós.

É claro que o objetivo do texto não é contar a história dessas duas raças, o início de tudo, sua relação com os Valar. Embora essa história seja maravilhosa e possa ser acompanhada no livro O Silmarillion,  o que busco é mostrar o quanto eu e você temos tanto de elfos quanto de orcs.

Os fãs de Tolkien devem muito aos elfos, afinal é por causa deles que toda a magistral obra tolkieniana nasceu. A mitologia que tanto gostamos nasceu como uma história para incluir os idiomas élficos, Sindarim e Quenya, pois a grande paixão de Tolkien sempre foi o estudo e a criação de línguas.
Pensar nos elfos é pensar na criação dos seres, afinal eles são conhecidos como os Primogênitos,  foram chamados à vida por Erú Ilúvatar, o Deus criador, antes mesmo que os homens. Os elfos são seres de uma beleza incrível, possuem muito mais habilidades que um ser humano,  têm a inteligência mais apurada, são dotados de mais força e podem recuperar-se de feridas que normalmente matariam um homem comum. Além disso tudo, em um determinado momento da vida, seus corpos param de envelhecer. Isso seria um sonho para alguns de nós! São uma espécie diferenciada e desempenham um papel muito importante na história da Terra Média.

Em contrapartida temos os orcs. Que são seres que não foram chamados ao nascimento, eles não foram criados, não foram queridos, mas apenas corrompidos. E o que significa corromper? Segundo nosso amigo dicionário, significa decompor-se, estragar-se, perverter-se física ou moralmente, viciar-se, mudar-se para mal, alterar-se. Mas a definição que eu penso que combina mais com os orcs é: desnaturar-se. Eles distanciaram-se de sua própria natureza, tanto que,  depois de transformados em orcs, passam a odiar profundamente os elfos, tornando-se seus piores inimigos. Afinal,  embora haja muitas teorias sobre o aparecimento dos orcs, a mais difundida e, talvez aceita, seja a de que os orcs são elfos corrompidos.

Na história da Terra Média, muito antes da história do Hobbit ou do Senhor dos Anéis, elfos foram cruelmente escravizados e torturados por Melkor, também conhecido como Morgoth, o primeiro senhor do escuro. Os orcs são conhecidos como escravos de Melkor, pois só foram gerados para serem soldados. Assim como na vida real, o mal não pode criar,  apenas piorar, modificar o que foi criado.

Talvez você, caso não tenha assistido aos filmes inspirados na obra de Tolkien,  tenha estranhado a foto do texto. Enquanto os elfos esbanjam beleza, os orcs são bizarros e assustadores. Mas o pior não é a aparência dos orcs, mas o que habita em seu interior. Eles não são compassivos, são ferozes, impiedosos e estão sempre em prontidão para lutar.  São até capazes de lutarem entre si e acabarem auto exterminando seu próprio bando. Eles não suportam o sol, e quando digo não suportam, quero dizer que não podem sobreviver expostos à luz. Isso pode nos mostrar o quanto esses seres foram escravizados pelas trevas. E,  o pior de tudo, embora odeiem seus mestres, os orcs não aparentam, em momento algum, o desejo de serem libertos do mal que habita neles.

Você deve estar pensando que no início do texto eu falei que temos muito dessas duas naturezas, mas será mesmo? Com certeza! Primeiro somos criados como elfos, fomos queridos, fomos chamados à vida, somos inteligentes, entretanto, algumas vezes preguiçosos. Superamos perdas, dores que nem nós mesmos julgávamos capazes de ultrapassar. Nascemos para elfos, mas muitas vezes fazemos a opção de sermos transformarmos em orcs e, mais ainda, em permanecer nesse estado. Como?

Como temos caminhado para uma sociedade de orcs... Quantas vezes nós não nos deixamos desumanizar?  Quantas vezes perdemos a sensibilidade de olhar para o outro que sofre? Quantas vezes não estendemos a mão? Quantas vezes, no nosso dia a dia, temos situações que nos permitem ser gentis como,  por exemplo,  dar um lugar no ônibus para uma mãe com o filho no colo e pensamos que ela quem deveria ter pego um ônibus mais vazio? Quantas vezes reclamamos de pessoas corruptas, que possuem a mesma mutação dos orcs, mas usamos coisas que não são nossas de maneira irresponsável? Podemos pensar ainda nas vezes em que  deveríamos estar trabalhando ou estudando e  escolhemos ficar no WhatsApp.

Os orcs só são capazes de receber ordens, seja lá de quem for. Não conseguem agir ou pensar por si mesmos... Para, no entanto,  nós há sempre uma escolha: sermos orcs ou elfos! E o grande desafio talvez seja fazer com que o elfo que habita em nós vença o orc que por vezes teima em sair, ou sobressair. Talvez seja lutar contra a corrupção dos nossos pensamentos, das nossas atitudes, para assim vivermos mais de acordo a nossa natureza.

Nathalia Pereira
Licenciada em Letras / Coordenadora da Oficina de Valores

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