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Por: Diego
Não é novidade para ninguém que o nosso tempo é valioso. Arriscaria dizer que, depois da própria vida que cada um de nós possui, o tempo é nosso bem mais precioso. Isso porque o tempo é uma moeda universal, com o poder de ser convertido em qualquer coisa. Um tempo empregado em estudo vira conhecimento. Em trabalho, vira dinheiro. O tempo pode ser convertido em prazer, alegria, mas também em tristeza ou dor. Ou pode simplesmente ser jogado fora. Independente do que façamos com ele, uma coisa é certa: o tempo deve ser usado, não pode ser guardado para usar depois.

Há algum tempo me deparei com um livro que me fez refletir um bocado sobre esse tema. O livro em questão tem o título de “Momo e o Senhor do Tempo” e foi escrito por Michael Ende (o mesmo autor da famosa “História Sem Fim”). É do tipo de livro escrito para crianças, mas assim como “O Pequeno Príncipe” ou “As Crônicas de Nárnia”, trás uma mensagem especial para as “crianças há mais tempo”.

A personagem principal da história é Momo, uma menina órfã que é acolhida por uma comunidade pobre na periferia de uma grande cidade. No desenrolar da história, Momo apresenta um dom extraordinário: ela é a única que pode enxergar os Homens Cinzentos. E quem são eles? São homens cinza, vestidos de cinza, fumando charutos cinza, que estão em todos os lugares, mas não podem ser notados. São capazes de conversar com as pessoas sem que estas percebam sua influência e possuem uma única missão: fazer com que acreditem que o tempo pode ser poupado.

E como fazem isso? Sugerindo que as pessoas “percam” menos tempo umas com as outras. O barbeiro que gastava meia hora com cada cliente, fazendo um bom trabalho e batendo um bom papo, passa a fazer um corte rápido em 15 minutos. Os pais dão brinquedos automáticos para as crianças, assim elas conseguem brincar sozinhas sem perder o tempo deles. Amigos não saem mais para conversar ou comer pizza juntos. Os pequenos prazeres, como ler um livro ou cuidar de uma planta, são desperdício. Devemos guardar o tempo para utilizá-lo com nós mesmos, aplicando assim a ideia de que “tempo poupado é tempo dobrado!”.

Aqui entram duas explicações importantes. A primeira é que, sem dúvida, nosso tempo tem que ser aproveitado de forma eficiente. Um trabalho bem feito muitas vezes precisa ser realizado sem conversa e os deveres familiares devem vir antes da diversão. Um segundo ponto é que precisamos sim de tempo para nós mesmos (para descansar, ler, refletir...). Mas a reflexão de Momo é que quem, com frequência, abre mão de dedicar tempo aos outros, quase sempre o faz movido pelo egoísmo (e aqui encontramos nosso Homem Cinzento). 

Por exemplo, quem nunca despediu um amigo que precisava conversar, por que tinha trabalho ou estudo acumulado, mas perdeu inúmeros minutos (que se somados viram horas) durante o dia com assuntos supérfluos da internet ou em conversas inúteis? Ou deixou de lado uma atividade familiar para descansar, pois passou a noite anterior inteira vendo séries na TV? Internet ou TV não são coisas ruins em si, mas não devem nunca ser prioridade. Como no livro de Ende, a consequência para esse tipo de escolha acaba sendo só uma: a infelicidade.

Nosso tempo um dia chegará ao fim, e precisamos saber gastá-lo com sabedoria. As pessoas mais felizes das quais tenho conhecimento foram justamente aquelas que souberam empregar o tempo em algo maior do que elas mesmas. Uma delas, um padre espanhol chamado Josemaria Escrivá, escreveu: “A tristeza e a intranquilidade são proporcionais ao tempo perdido. - Quando sentires uma santa impaciência por aproveitar todos os minutos, hão de invadir-te a alegria e a paz, porque não pensarás em ti”. (Sulco, ponto 510).

Esse é o que acredito ser um dos paradoxos mais interessantes da humanidade. A felicidade não é encontrada se a buscarmos para nós mesmos, mas sim se nos esforçarmos para dá-las aos outros. Em outras palavras, doar nossa vida fazendo tudo por amor seria o segredo para converter o tempo em felicidade. Na história de Momo, ao descobrir a verdade sobre os Homens Cinzentos, a menina inicia uma jornada para ajudar as pessoas e frustrar os vilões. Não há tempo a perder. Afinal, como ela descobriria mais tarde: “Tempo é vida. E a vida mora no coração”.

Diego Gonzalez 
Engenharia de Controle e Automação – UFRJ / Oficina de Valores

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