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#AvanteOficina

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Por: Alessandro

Imagem: cabanadoleitor.com.br


Gosto de super-heróis desde que me entendo por gente. Comecei com aquelas séries japonesas dos anos 80. Lembro onde estava quando vi meu primeiro episódio de Jaspion. Depois vieram Changeman, Flashman, Black Kamen Rider, Jiban... A leva seguinte foi a dos animes. Também lembro quando, em 1994, tive contato com os Cavaleiros do Zodíaco. E através desses cheguei àquela que se tornaria uma de minhas maiores paixões: os quadrinhos americanos de super-heróis!

Li (e leio!) de tudo. Tanto Marvel, quando DC... Para os desavisados, a Marvel é a editora que publica Vingadores, X-men, Homem-Aranha, Quarteto Fantátstico. Já a DC é dona do Superman, do Batman, da Mulher Maravilha, da Liga da Justiça. Mas tenho uma predileção pela Marvel Comics.

É lugar comum dizer que a Marvel trouxe uma humanidade que os super-heróis não tinham. Fez com que eles tivessem problemas como aqueles vivenciados por pessoas comuns. Os heróis poderiam vestir suas roupas espalhafatosas e poderes fantásticos, mas não lidariam apenas com ameaças cósmicas e supervilões; teriam dificuldades existenciais, dramas em seus relacionamentos e situações financeiras difíceis. O símbolo máximo disso é o Homem-Aranha: um adolescente superpoderoso, mas que tem que se virar para conseguir grana e cuidar de uma tia doente; não é muito popular no colégio e sua identidade de super-herói só atrapalha sua vida como Peter Parker. Ah... quando ele recebeu os poderes e foi egoísta no uso dos mesmos, seu Tio Ben, sua única figura paterna, pagou com a própria vida. Só aí o rapaz aprendeu que “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.

Todos os heróis da Marvel possuem tribulações pessoais: o Homem de Ferro é alcoólatra; o Capitão América é um homem deslocado no tempo, que luta para se adaptar a uma nova realidade; o Hulk é muito forte, mas essa força traz consigo a maldição da perda de controle; o Coisa é preso num corpo de pedra que faz com que ele se sinta um monstro.

Creio que muito do que encantou o menino de 12 anos que começou a ler gibis foi essa complexidade dos personagens. Os caras não eram perfeitos, e muitos tinham tudo para serem vilões, mas escolhiam colocar seus dons a serviço dos outros. Proteger em vez de dominar. Claro que na época eu não conseguia colocar isso em palavras, mas era exatamente isso que minha imaginação assimilava. Eu não discutia ideias sobre heroísmo, eu lia histórias de super-heróis!

Mas estas não foram as únicas lições que recebi da Marvel. Muitas outras vieram com o passar dos anos e com o virar das páginas. Vou tentar explicitar algumas delas. Para facilitar minha vida (e a do leitor também) vou apresentá-las a partir dos grandes grupos da editora.

Comecemos com o Quarteto Fantástico, uma de minhas equipes favoritas. A diferença do Quarteto para todos os outros grupos de super-heróis é que seus membros não são um bando que se reuniu para salvar o mundo, eles são uma família. Frequentemente são chamados de “a primeira família”. Temos os esposos Reed Richards e Sue Storm Richards, mais conhecidos como Senhor Fantástico e Mulher Invisível. Como irmão (e cunhado) temos Johny Storm, o Tocha Humana! Por fim, há o “agregado” Ben Grimm, o adorável Coisa! Com o tempo o casal fantástico teve dois filhos: Franklin e Valéria Richards.

O que aprendi com eles? Que a força perde para a inteligência. Que a inteligência não vale muita coisa sem a bondade. Que não é o fato de amarmos uma pessoa que nos impede de cometer erros para com ela e que não é porque alguém errou conosco que não conseguiremos amar essa pessoa. Aprendi também que a convivência em casa pode ser uma aventura tão grande quanto uma viagem até a zona negativa!

Vamos aos X-Men. Esses heróis são caracterizados por já nascerem com seus poderes.  São considerados o próximo passo na escala evolucionária humana. Seus dons, no entanto, são uma benção e uma maldição, uma vez que o fato de serem mutantes faz com que sejam excluídos da sociedade.

O professor Charles Xavier fundou os X-Men para que eles pudessem realizar um sonho (qualquer referência a Martin Luther King Jr não é mera coincidência) que pode ser resumido nas seguintes palavras: convivência pacífica entre humanos e mutantes. Enquanto esse dia não chega, o grupo deverá dedicar-se à missão de proteger um mundo que os teme e odeia.

Não é preciso desenvolver muito para explicar as lições que aprendi com os discípulos do Professor Xavier. Tolerância, respeito, abertura ao diferente e crítica ao racismo são algumas das ideias que logo aparecem sempre que alguém fala sobre os heróis mutantes. Tudo isso absorvi por osmose. Mas há algo mais: com os X-Men aprendi que o bem é a verdadeira forma de vencer o mal e que propagar mais violência não é a solução para os conflitos do dia a dia.

E os Vingadores? Bom, os Vingadores possuem uma origem diferente das duas equipes aqui mencionadas. Todos os heróis que compuseram a primeira formação dos “Avengers” já possuíam revistas próprias. Thor, Homem-Formiga, Vespa, Hulk e Homem de Ferro já viviam suas aventuras solo. Então por que eles resolveram andar juntos? A resposta vem da própria Marvel e creio que ela por si só explica o que aprendi com esses que são conhecidos como “os heróis mais poderosos da Terra”:

"E houve um dia como nenhum outro, em que os maiores heróis do mundo se viram unidos contra uma ameaça comum. Naquele dia, os Vingadores nasceram... para combater os inimigos que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho!"

Chegando ao fim do texto, reconheço que pode ter ficado um pouco piegas, mas faço questão de dizer que isso não significa que é falso. Sinto apenas que está incompleto e superficial. Parece que disse muito e não toquei naquilo que é mais importante. Assim acontece quando falamos de heróis, eles não costumam caber nas nossas palavras.

Ah... Talvez alguns se perguntem: mas e os heróis individualmente, não ensinam nada? E o Homem-Aranha? O Demolidor? O Hulk?

Só posso dizer que eles ficam para um próximo texto. Por hoje, digo apenas:

Avante, Marvel Comics!

(E muito obrigado...)




Alessandro Garcia
Doutorando em Sociologia - Oficina de Valores

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