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#AvanteOficina

Por: Nicolau



Uma aposta foi o que me levou a participar do primeiro retiro de minha vida. Há cerca de um ano da última desculpa dada a uma amiga, fizemos uma aposta e eu deveria ir a um retiro dentro de um ano. Durante o ano tentei ir, mas todas oportunidades foram deixadas de lado por algum compromisso, até que o carnaval chegou e nenhuma desculpa poderia ser dada, o prazo acabava. Finalmente eu estava inscrito em um retiro.

O meu primeiro dia do Retiro de Carnaval começava ainda na rua, de madruga, em uma volta um tanto tumultuada para casa. Com um bloco de carnaval no caminho, eu acabei encontrando ônibus muito mais cheios e atrasados do que imaginaria para esse dia. Finalmente chegaria em casa, por volta de uma hora da manhã, pelo menos uma hora atrasado, e começaria a arrumar as malas para o retiro. Eu não preciso dizer o tanto de arrependimento que sentia naquele momento por ter feito a aposta. Finalmente fui dormir, às duas da manhã, e acordei às oito.

Apesar de todo cansaço físico e mental que enfrentava nesse dia, tentei não levar mau humor e mágoas para o sítio, e assim começava a experiência recente mais importante de muitos dias.

Ao chegar na entrada do sítio, vi os portões fechados e várias pessoas esperando para entrar. Procurei por rostos conhecidos e achei apenas um: era um rapaz com quem eu nunca havia conversado, e acabei descobrindo que era muito famoso no grupo da Oficina.

Mas a cada minuto que passava eu me perguntava o que eu fazia ali.

O primeiro dia foi repleto da preocupação dos outros comigo; de uma música que eu estava aprendendo a cantar; e de questionamentos sobre o porquê de eu estar ali. Eu me sentia diferente. Até que, enfim, pedi a Deus por um sinal, um sinal pelas estrelas. Mas nada havia aparecido, pois o pouco do céu que eu via pela janela permanecia nublado.

Um tempo depois, saímos da sala onde estávamos e fomos para o lado de fora. Eu procurei por algum pedaço do céu em que as estrelas pudessem ser vistas, mas eu ainda só via nuvens. Várias fogueiras foram feitas do lado de fora. Nós havíamos escrito nossos apegos, bons e ruins, em um coração de papel e lá eu havia escrito “família”. Queriam que nós queimássemos o coração, que desapegássemos daquilo que nos era importante. No meio desse discurso, enquanto eu me sentia ofendido por pedirem que desapegasse de quem eu amava, olhei para o céu e lá estava ele, lindo, com todas suas estrelas e algo mais. Havia nele um simples avião atravessando-o. Como uma das canções que eu tanto gosto diz, “podemos fingir que os aviões na escuridão da noite são como estrelas cadentes / seria muito bom um pedido agora”, naquele momento eu fiz um pedido, algo que me incentivou para o passo seguinte, queimar o coração.

Chegada a hora, eu parei diante da fogueira e disse para mim mesmo que queimava ali para que conseguisse amar a minha família da maneira como ela merecia, com um amor maior do que o amor que eu já sentia. E abandonei com dor o pequeno pedaço de papel para que fosse consumido pelo fogo.

Os outros dias se passaram, cada vez melhores. Eu já não me sentia um estranho no ninho.

Para não me prolongar mais ainda, vou para o dia da minha volta para casa. Por desentendimentos anteriores disse que não queria que me buscassem no sítio e assim foi, porque eu não disse a hora do término do retiro. Quando cheguei em casa, estava cansado. Mas, diferente de todas minhas outras viagens, o cansaço não me impediu de fazer as coisas que eu deveria fazer. No final desse primeiro dia em casa, a minha família se divertia no jantar. Nesse momento eu concluí que mesmo só eu tendo ido ao retiro, de alguma forma minha família aprendeu com tudo lá, meus erros foram esquecidos e o dos outros eu tratei de esquecer.


Talvez as mudanças tenham sido fruto das orações, talvez as conclusões que tirei tenham sido todas fruto da minha cabeça, eu não sei. A única certeza que eu tenho é de que aquela aposta que fiz um ano atrás me trouxe um prêmio maior do que eu esperava: um novo começo.


Nicolau
Estudante de Física
Participante do Retiro de Carnaval da Oficina 2016

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