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#AvanteOficina

11:54
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Por: Rodrigo

Um conhecido Mc do funk carioca tornou-se famoso por se dizer especialista em questões afetivas. A frase símbolo dessa referência é: “se quiser falar de amor, fale com o Marcinho” e está contida em uma de suas músicas. Não sou o Marcinho, mas vim falar de amor também. Amor é uma palavra fora de moda e talvez há muito tempo incompreendida, contudo, não sai da mente e do coração das pessoas por mais que tentem a força arrancá-la.

Para começo de conversa, reparo que ao falar de amor há um grande descrédito. Muitos homens acham que as mulheres não prestam e muitas mulheres por sua vez acham que homem é tudo igual. No fim das contas, sobra frustração e falta amor. Aí expressões como: “eu só fico, namorar é coisa do passado”; “solteiro sim, sozinho nunca” e “quero trocar meu coração por mais um fígado, assim eu bebo mais e sofro menos” são cada vez mais comuns no vocabulário dos rapazes e das moças. Substituir o namoro pela pegação é uma alternativa fácil e rápida. Por que estabelecer compromisso se posso só ficar com a parte boa do relacionamento? Pra que ter dor de cabeça? Por que ser de um (uma) só, se posso ter todos (as)? Acredito realmente que esses pensamentos são a fórmula mágica para ser frustrado afetivamente.

A pergunta que eu faço é: será que desaprendemos a ter relacionamentos duradouros? Mas e os sonhos? Os contos de fada? As princesas e príncipes encantados? Era tudo meramente fictício?


Um grande autor disse certa vez que os contos de fada não servem para nos dizer que os dragões existem, mas para nos provar que eles podem ser derrotados. Os contos de fada fazem as meninas e meninos suspirarem porque no nosso coração está impresso um grande desejo de amar e ser amados. Nesse momento você pode estar pensando: em que século este texto foi escrito? Século XXI, fevereiro de 2017, para ser mais preciso. E venho por meio deste defender que aprendemos a amar através do namoro. Sim do NAMORO. Por que faço apologia ao namoro? Porque só no namoro somos treinados à fidelidade. Porque o namoro me faz ser confrontado com os meus defeitos de tal forma que, necessariamente, preciso me transformar se quiser manter saudável o relacionamento. Porque quando estabelecemos um compromisso descobrimos que nenhum relacionamento sobrevive de paixão, amar é uma decisão que se renova dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Isso é extraordinário!


A palavra “namoro” tem em sua constituição o significado etimológico de “enamorar”, estar em amor. O namoro é, portanto, um caminho no amor trilhado por duas pessoas. Eu me atrevo a dizer que a diferença fundamental entre namorar e ficar é que no primeiro caso opta-se por amar e ser amado, no segundo por usar e ser usado.  “Nossa, que radical e exagerado” você pode estar pensando... Vamos então refletir sobre motivos pelos quais a pessoa fica? A – Não quer namorar ainda, mas está interessada em ter um lance com alguém; B – A moça quer algo e o rapaz não quer nada sério (ou vice e versa); C – A moça e o rapaz não querem nada sério. D – Ambos estão desacreditados da dinâmica do namoro. Em algum desses casos a decisão é movida por amor? Não. Quase sempre por egoísmo ou talvez por carência! O egoísmo de quem não quer nada além de satisfazer os próprios desejos e/ou a carência de quem, mesmo sabendo que não será amado, deseja ainda que por pouco tempo aquela falsa promessa de companhia.


Para alguns ficar é um hábito, para outros é sinal de conquista, e quantos se gabam de exibir a “sala” cheia de troféus? A questão é que um troféu nunca será uma companhia e um mau hábito repetido se configura como um vício. Não seremos nós viciados em solidão a dois?


Para ser mais direto, quando defendo o namoro o faço apostando na sacralidade do amor e no significado do beijo. Beijar alguém na boca significa dizer: você é tão única e especial para mim que tem um cumprimento que é só seu. Quando ofereço um cumprimento especial por metro quadrado numa boate, não estou tornando todos especiais, mas estou, ao contrário, roubando a sacralidade de um gesto tão bonito privando a mim e a todos os que me relaciono da condição de exclusividade que cada um de nós busca e tem direito. Escolher namorar alguém é olhar para o meio da multidão e encontrar uma pessoa que por algum motivo nos encanta e passamos a pensar: quero conviver com essa pessoa para aprender a amar e também para me perguntar se é ela que quero amar a vida inteira. O namoro é um caminho e ao mesmo tempo uma pergunta: é essa pessoa com quem eu vou me casar? A resposta pode ser sim ou não. – Ah, mas eu amei tanto aquela pessoa e ela me traiu. Que decepção! – Que bom, eu diria! Você fez uma pergunta e encontrou uma resposta. Imagina se casa? Foi salvo! Por isso os términos não devem ser o fim do mundo, mas um caminho de aprendizagem e amadurecimento afetivo que durará certamente a vida inteira. (Se quiser ler um pouco sobre “quando terminar um namoro”, leia esse texto!).


Ok, o namoro é um caminho de amor, uma escola de fidelidade, através da qual aprendemos a amar e ser amados e respondemos se é com essa pessoa que vamos casar ou não. Até aí deu pra entender... Mas quando começar a namorar e a quem namorar? Agora é que são elas! Encerro com esse tutorial em 5 passos:


1 – Ser um bom solteiro. Como isso é importante! Entender que estar sem ninguém não é sinônimo de estar na bad, e sim tempo de se conhecer, de mergulhar nas próprias individualidades. Quem não sabe lidar bem consigo, certamente não saberá lidar com um companheiro em um relacionamento.


2 - Ser um bom partido. Nenhum rapaz deseja ter como o grande amor de sua vida a menina que anda ficando com todo mundo e é mal falada. Nenhuma moça espera que o rapaz dos seus sonhos seja um dissimulado que está ficando com todas as suas amigas e não respeita ninguém. Um aviso para as meninas: é uma fantasia muito forte no contexto feminino a ideia de namorar um garoto todo errado, o típico bad boy e coloca-lo nos eixos. Não caia nessa, é cilada! Se desejamos bons partidos para nós, creio que o primeiro passo seja ser um bom partido.

3 – Saber o que quer e onde procurar. Se você deseja comprar um carro, não vai procurar numa padaria! Parece óbvio, mas se tratando de relacionamentos a frustração quase sempre decorre do fato de que as pessoas não sabem o que querem e procuram justamente nos lugares errados. Querer alguém fiel, mas tentar procurar num ambiente de pegação, por exemplo. Estou dizendo que quem frequenta esse ambiente não pode ser fiel? NÃO. Mas, via de regra, não será alguém que queira um compromisso sério e tampouco exercite a virtude da fidelidade, e a chance de dar ruim será maior.

4 – Diga-me com quem andas e te direi quem és. O famoso e antigo ditado contém uma grande verdade. Se tenho bons ideais, naturalmente vou me cercar de pessoas que partilham desses ideais e naturalmente alguém que tenha essa compatibilidade de propósitos um dia vai me despertar interesse e vice versa. Não tem erro.

5 – Namore quando tiver conhecido pelo menos um pouco a pessoa. Tendemos a atribuir uma série de características às pessoas que conhecemos. Se elas nos desagradam, já tacamos sobre elas estereótipos negativos. Se nos agradam, quase que as pintamos de ouro e carregamos num potinho. O fato é que só a convivência faz as máscaras caírem e quando caem as máscaras que eu mesmo coloco no outro é que percebo quem vou namorar. Aí cabe refazer a pergunta: quero mesmo namorar essa pessoa? Se sim, então vai fundo!



Rodrigo Moco
Psicólogo
Oficina de Valores

2 comments:

Anônimo disse...

Texto maravilhoso!! Sensacional... parabéns pelo trabalho, Oficina!

Anônimo disse...

Texto muito bom ��������

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